sexta-feira, 11 de maio de 2018

MST ENTRE O FAXINAL E A CORVEIA

 

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Uma visita a um assentamento do MST é ao mesmo tempo uma visão do passado e uma visão do futuro. Em primeiro lugar é um lugar de agricultores, o que eu visitei é o Nova Estrela. Situa-se em Vacaria longe de tudo, a mais de 50 km da zona urbana, a dois km do vale do rio Pelotas. Não há armazéns nem lojas, o vizinho mais próximo é outro assentamento o da Nova Batalha, que fica cerca de 10 km distante.

Os únicos sinais de vida é um minúsculo templo da assembleia de Deus, e uma capelinha católica um pouco mais distante, onde há um pequeno cemitério. Não há uma vila é um habitat disperso que lembra a antiga organização das colônias italianas do RS, com casas distantes uma das outras de 250 metros, e uma lavoura comum longe das casas cerca de 20 minutos de caminhada. Nova Estrela tem as duras terras das encostas do Planalto Meridional, assim decidiram a 30 anos quando se deu a invasão plantar frutas e legumes. Plantam uvas, tomates, groselhas, e uma pequena criação de gado entre outras Na agroindústria dotada de equipamentos modernos fazem sucos , geleias e outros produtos que são vendidas em feiras.

A renda da terra comum (23 hectares) é dividida entre as 29 famílias assentadas, mas cada um em seu terreno privado pode ter horta, arvores frutíferas e animais domésticos que são de propriedade de cada família.O Nova Estrela completa este ano 30 anos.

A organização lembra o faxinal antiga organização agrícola coletiva do Brasil Colônia dos quais ainda restam alguns até hoje. Por faxinal se entende:

 “Uma quantidade de terra que não era habitada e ainda sem proprietário, que foi conquistada por desbravadores. Cada um desses desbravadores fica com um pedaço dessa terra, mas não dividem as propriedades com cercas e todos criam seus animais soltos nas terras um dos outros, identificados pelas marcas de cada um.”

O faxinal era dividido em duas partes uma destinada ao plantio e outra a da  de criação. Possui também   matas e pastagens e as moradias dos faxinalenses e, em geral uma escola. Há 10 anos ainda havia 150 faxinais no Brasil.

O movimento cuida de seus assentado com apoio jurídico eum administração centralizada que auxilia na busca de financiamentos, de escolas euniversidades para os assentados.

Os assentamentos baseados no passado, apontam para um futuro coletivo e de paz, onde a produção orgânica substitui a lavoura comercial envenenada por agrotóxicos e por transgênicos. Uma belíssima forma de vencer a miséria nacional.

 

  Ver ainda

 

 

http://www.cih2015.eventos.dype.com.br/resources/anais/4/1432774518_ARQUIVO_TextocompletoPontaGrossa.pdfhttp://www.cih2015.eventos.dype.com.br/resources/anais/4/1432774518_ARQUIVO_TextocompletoPontaGrossa.pdf

 

quarta-feira, 9 de maio de 2018

ANA RECH: 40 ANOS DA LUTA PELA EMANCIPAÇÂO


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Em 1927 quando Ana Rech se tornou distrito pela primeira vez teve cassada a sua aspiração de ser município. Tornou-se distrito de Caxias ( que não era ainda  do Sul),mas oi sonho da emancipação não morrera, fora apenas adiada.

Ana Rech se localiza no Travessão Leopoldina na Oitava Légua da antiga colônia Caxias. O travessão foi povoado a partir de 1877 quando os lotes das primeiras léguas já tinham sido vendidos. O povoamento da surgiu por causa da casa comercial de Ana Maria Pauletti. A região onde ela se estabeleceu situa-se  a meio caminho entre a região dos Campos  de Cima da Serra  e a da Colônia Caxias. Em seu lote construiu um potreiro e uma casa de pasto, aproveitando as ótimas “aguadas”. O pouso de Ana Rech   se tornou tão conhecido que, em 1915, nos registros da Intendência, a localidade, antes chamada Leopoldina, passou a a ser Ana Rech.

O s povoadores do travessão compraram lotes próximos do pouso de Ana e logo a vila surgiu. Com uma vocação diversa da de Caxias. Sua localização seu clima ameno e a beleza da paisagem passaram a ser buscados pelos turistas da capital e de outras regiões do pais, já no final do século XIX.

Um dos pontos altos foi a criação do veraneio Bela Vista da família Basso que se tornou ponto de atração turística. Muitos dos antigos moradores lembram-se do sucesso que a região tinha de estimular a vinda de  turistas que vinham até de Minas Gerais.

A expansão de Caxias levou a população de Ana Rech temer pelo fim de sua histórica função turística. Assim na década de 80 começaram um movimento pela sua emancipação. Criaram um associação a SAMAR que se tornou o polo de propagação da luta pela emancipação. Tendo as condições exigidas foi feito o processo e o plebiscito , no qual venceu a proposta da emancipação.

Tanto o governo municipal liderado pelo prefeito Vitorio Três(1983-1988),como o estadual do governados caxiense Pedro Jorge Simon  foram contrários a emancipação. Tendo o primeiro me encomendado uma pesquisa sobre Ana Rech demonstrando sua unidade histórica com Caxias do Sul.  Foi o que fiz. Já que Ana Rech era parte integrante de um todo que se chamava no início   do povoamento da Colônia Caxias. Foi o que fiz defendendo posição contraria a da vontade democrática e popular. Infelizmente, pois hoje se a antiga e bela vila se tornou parte do polo industrial de Caxias e um de seus subúrbios habitado pela população de baixa renda.

A dor foi grande logo foi construído um monumento que o prefeito de Caxias Jose Ivo Sartori mandou retirar. A saga do povo foi cortada pelos políticos pemedebistas, (hoje emedebistas,) Não é  por acaso que Ana Rech deixou de votar neles.