O
LIVRO PERDIDO
A Feira do Livro 2012 sobre o chavariz da Praça. |
Faz
tempo que a grande literatura parece ter deixado de existir. Há a pequena literatura,
de grande vendagem, misto de misticismo
e autoajuda. Paulo Coelho é seu principal
profeta.. Há ainda os bestselllers
(cada vez mais raros) do qual Dan Brown é o mestre. E, por fim os ghost writers
dos quais os Gasparetos são os papas. Reparem como a Feira é
inglesa!
E
há muitos autores que procuram um lugar ao sol, que brotam como cogumelos no
outono (lembram-se de Gladstone Marsico?). Esses proliferam na literatura infantil.
Bem, foi um desses livros que minha irmã e eu fomos procurar na Feira. A busca começou nas bancas das livrarias. Nelas nos avisaram
que a literatura infantil havia sido expurgada das bancas, ficando restrita ao
outro lado (assim nos foi dito). Fomos
ao outro lado da Feira. Passamos de banca em banca, procurando o livro, que
fora lançado no domingo anterior. Nenhuma das atendentes sabia dar notícia
dele. Uma das caixeiras chegou apontar para o vazio, dizendo “Aí é o lançamento”.
(Como se o livro fosse um OVNI). Só que estávamos procurando o livro e não o
local de onde fora lançado.
Por
fim cansada minha irmã foi se informar junto à organização da Feira. Disseram então
(assim aprendemos mais uma coisa) que o nome do autor não tem a menor importância.
Só o nome da editora importa, pois só por ele seria possível encontrar o livro.
Então, minha irmã mostrou que no programa da Feira não constava a editora.
Então se deu o livro por perdido, não havendo o que fazer. Missing
na Feira.
Lembrei-me de Michel
Foucault sobre o que escreve sobre a autoria e de como essa é questão recente
no Mundo Ocidental. Tão recente que não chegou á Caxias.
Então (bem informada,) fui procurar um livro
da EDUCS (já que eu conhecia o nome da editora) achei o livro, mas por preço abusivo.
Pedi ao atendente porque o livro era tão caro.(R$50,00) Ele me informou que haviam sido feitos
apenas 100 exemplares, segundo ele a edição reduzida seria parte da política da
UCS. Fiquei admirada, será uma nova lei do mercado livreiro?
Como
se pode constatar a Feira é local para ver o que ocorre em relação aos livros. Enfim,
o que se publica e o que se vende. Mais do que isso ajuda a e entender como
está a produção e consumo do livro, artigo em eterna recessão.. Não há como
negar a Feira do Livro é antes de tudo um aprendizado!
Por fim, algumas perguntas: Não seria
necessário repensar a questão da autoria? Não seria o caso de informatizar a
Feira? Ou é muito cedo?
Loraine Slomp Giron
Nenhum comentário:
Postar um comentário