sábado, 9 de maio de 2015
TURISMO & VIVÊNCIAS
Há viagens e viagens. Não me refiro a viagens psicodélicas, mas formas diferentes de fazer turismo. Há o turismo das grandes empresas que levam os extasiados turistas para ver as maravilhas da natureza ou das melhores construções humanas de todos os tempos.Há as viagens feitas com menos gastos e muito elucidativas sobre como vivem as populações locais.
Em 1991 quando o cruzado tinha valor igual ao dólar, fizemos uma longa viagem a Europa foi 33 dias, dos quais dormimos 22 noites em trens, e o restante em hostais baratos ou em casas de família. Os host eis(assim mesmo) ou hostais assim chamados na Espanha (contandas na Itália) são pouco mais do que casas de famílias com alguns quartos para alugar. A vantagem de parar nesses lugares é imensa, pois se convive com a população. Enquanto “as empresas levam os turistas a conhecer hotéis (de cinco estrelas) e ônibus do turismo receptivo, o turismo’ caseiro” ou comunitário revela com o vivem e como pensam os habitantes de cada lugar.
Foi parando em casas de família, que fiquei sabendo como os húngaros odiavam os russos. Ainda que não falássemos uma única palavra de sua língua. O velho engenheiro, no apartamento do qual paramos alguns dias, com o auxilio de um dicionário nos deu aulas sobre a política nacional. Conseguimos assim conhecer por dentro casas do século XIX ,reformadas para os confortos do século XX.Dormimos com cobertas de penas de ganso, em cozinhas transformadas em quartos. Conhecemos alguns espanhóis franquistas que nos trataram como macacos. Em Florença pude falar algumas frases em dialeto da colônia daqui e ser entendida pela dona da contanda. Enfim, experiências (e foram muitas) que não podem, nem poderiam ser vivenciadas em hotéis,nem em grandes excursões. Como destaca Goethe: ”Não chegamos a conhecer as pessoas quando elas vêm a nossa casa; devemos ir a casa delas para ver como são.” Garanto que outras são as vivências.
O que não significa que as companhias turísticas não fazem maravilhosas excursões, sem problemas nem percalços. São ótimas viagens para quem quer se divertir. Já as viagens planejadas de forma diferente tem outras vantagens e outras visões da realidade.Enfim podemos dizer como Millôr Fernandes : “Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem, mas que conhecemos mais de perto”.
Li noticias sobre um novo tipo de turismo que está sendo feito na Bahia,com hospedagem em casas de famílias e com roteiros definidos pelos moradores locais. Deve ser um turismo maravilhoso, pois deve revelar coisas que nunca conheceríamos se lá não fossemos. Aqui na região tão pródiga em belezas ,algo semelhante poderia ser feito. Com grande vantagem e alegria para os envolvidos. Pois,como afirma Lincoln: ”Não te esqueças de que os estranhos são amigos que ainda não conheces.”
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