O
PAPA NÃO É GAÚCHO!
Outrora (contava-se) que quando um senhor
medieval fosse viajar e deixar sua
propriedade por longo tempo recebia sempre
um sábio conselho: ’ Deixe seu dinheiro com os franciscanos e sua mulher com os
jesuítas.Mas, não faça o contrário senão
ficará sem dinheiro e sem mulher.’Os franciscanos (outrora) eram famosos por
seu gosto pelas mulheres e os jesuítas por sua paixão pelo dinheiro. Ao que
tudo indica, os tempos mudaram o perfil das ordens. Hoje um jesuíta escolhe como
papa o nome Francisco,símbolo da ordem
dos capuchinhos ,o que não deixa de ser é um paradoxo. Por outro lado, Dom Odilo Scherer afirmou que
Francisco: “é um papa jesuíta, com coração franciscano”,
O
eleito (o mais improvável dos candidatos) foi um jesuíta argentino. Não havia
um bom candidato brasileiro. O bem cotado Dom Odilo trocou os pés pelas mãos e
perdeu a oportunidade de ficar calado. Assim, a maior potência católica do
mundo ficou sem papa. Em compensação maioria dos hermanos ficou satisfeita.Não basta o fato de já terem Evita , Che, Maradona e Messi,agora ,tem até um Papa. Mas nem todos
estão felizes na Argentina, apesar da singeleza do Papa, há os que não esquecem
a forma como ele tratou dois de seus irmãos jesuítas, expulsos da ordem (por ele)
pela ação deles contra a ditadura
militar argentina. O New Iorker Times
(de 18 de março) traz extensa matéria sobre o assunto, inclusive sobre a ação
movida pela irmã de um dos jesuítas, Graziela Iório contra o Papa recém eleito. A julgar pela
reportagem (culpado ou não) o fato é que
Bergoglio teve no episódio uma ação( no mínimo) pouco corajosa.
Mas,
de qualquer maneira, ele tem mostrado em suas aparições públicas, que é simpático
e simples (como bom latino-americano), sem a empáfia europeia. Nunca tinha
ouvido um Papa desejar um bom almoço para os fiéis. Ainda assim, fiquei
pensando que muitos dos que assistiam ao Angelus de domingo, talvez não
tivessem dinheiro para um almoço, bom ou não.
Eu
creio que o Papa tem o pior trabalho do mundo. Além de dirigir um Estado
teocrático e absoluto, deve cuidar da evangelização de milhões de católicos, que
por sinal estão abandonando a Igreja em busca de religiões mais flexíveis e
próximas deles. Buscar preencher os seminários vazios (por falta de vocações) e,
deter uma Cúria marcada pela incúria no trato do dinheiro público. A dupla
função de Pastor da Igreja e Chefe de Estado parece estar acima das forças de
qualquer homem. Basta verificar nos estados democráticos o número de ministros
e secretários necessários para dirigir o
governo. Fico pensando como faria o Dr. Alceu se fosse ao mesmo tempo Prefeito
e Bispo de Caxias. Seria algo impraticável. Então imagine (ao mesmo tempo) ser
papa e o chefe de uma nação. Pobre Francisco! Nem Hercules seria capaz de tal façanha.
Será que não estaria na hora de uma reformulação do Vaticano? Afinal, não foi
Jesus quem armou tal arapuca.