Sou
amante do mundo vegetal. Resultado das minhas origens colonas nunca esquecidas.
Falar de árvores é melhor do que falar de pessoas, pois elas são o que são sem disfarce.Uteis ou nocivas não fingem ser o que não são.
Volto
ao assunto ligustro (mas não aos pombos). O professor Luiz Andreola teve a gentileza
de me enviar artigos de1994 de autoria
do agrônomo José Zugno,sobre as caluniadas árvores. Foi uma carta de Andreola,solicitando
informações sobre árvores usadas na urbanização(ligustros e plátanos) de
Caxias, que deu origem a quatro artigos elucidativos sobre as caluniadas
árvores,publicados no Correio Riograndense de maio e junho de 1994. Li com
atenção os artigos do agrônomo José Zugno nos quais afirma os ligustros
não são nocivos, apenas exóticos , árvores que embelezaram por anos a
cidade .Ao falar das árvores próprias para o uso urbano completa que “cada qual tem méritos mas nenhuma com soma
maior de atributos exigidos para a arborização,” o ligustro seria de longe a melhor de todas. Não haveria nenhuma outra planta que fosse
mais apropriada para a arborização urbana, por suas mudas parelhas e seu crescimento
regular. Enfim uma negação à natureza, que cresce livre, sem respeitar as
normas humanas ,muito menos o do tamanho
das mudas
Zugno foi por mais de cinquenta anos um dos mais
interessantes e respeitados cronistas do
Correio Riograndense na área da agronomia. Sua posição em defesa
dos ligustros parece datada, pois o plantio ocorreu em 1949, quando a ação e a
reação entre os seres vivos ainda era pouco considerada. Desde então muitas
posições mudaram, o que era aceito se tornou obsoleto e o que era considerado
certo se tornou duvidoso.
Além do mais surgiu uma ciência nova: a ecologia, que preza mais do que a beleza e a
originalidade e as qualidades das árvores, o ecossistema, seu objeto de estudo,
Ecossistema que pode ser definido como um conjunto de comunidades (animais,vegetais
e terreno ) que interagem ( agem e
reagem) entre si. Hoje, mais que as
qualidades das mudas, se observam a qualidade de vida que depende das árvores a
serem plantadas. Enfim como dizia Toreau “Toda
geração ridiculariza a moda antiga, mas segue religiosamente a nova.”. Hoje a
moda é a ecologia e o repúdio pelas árvores exóticas.
Como pensava George Bernard Shaw “ é difícil, para a
maioria das pessoas, pensar de maneira diversa da de seu próprio tempo.O tempo
muda os valores ,os princípios e até as árvores. Sou uma reles historiadora, os meus
conhecimentos tanto de árvores como de ecologia resultam apenas de meu amor
pela natureza, posso estar enganada em todos os assuntos não históricos. Mas
uma coisa é certa os ligustros que existem continuam se lastrando pelas matas
nativas e alimentando os pombos. E como
alimentam
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