A escravidão não acabou de todo, pois, ainda continua
o tráfico humano. Mas a escravidão africana na América acabou em 1888. O Brasil foi o último país a
libertar os escravos e os Estados Unidos
em 1865.
No
Oscar desse ano um filme causou sensação 12
anos de escravidão, que mereceu vários prêmios. O filme retoma o tema cerca de oitenta anos depois de O vento levou , que trata da abolição sob a ótica da Guerra da Secessão. O filme12 anos de escravidão se baseia em fatos
reais de um homem livre que foi vendido como escravo. Solomon Northup contou
sua história a um jornalista que a
escreveu usando falar dele. O livro de igual nome escrito em 1853
fez grande sucesso na época. O presidente Obama ao tomar conhecimento da sua
existência mandou imprimir e distribuir nas escolas. Se fosse feito aqui seria a
maior gritaria, mas lá tudo bem! Assim, Hollywood prestou um serviço à Nação ao
redescobrir as memórias de Solomon.
Tenho
lido a literatura e a historiografia sobre a escravidão desde que comecei a
estudar, mas, nunca tinha lido nada semelhante ao relato de Northup, onde a voz
do escravo que voltou a ser liberto doze anos depois se faz ouvir. A narrativa
do livro é bem mais cruel do que a do filme, mais crua e detalhada. Leitura
obrigatória para historiadores. Do filme foram expurgados vários episódios, amenizando
um pouco os fatos. Especialmente em relação a reconquista da liberdade Ainda
assim é um filme único e portanto imperdível.
No
Brasil não são raros os casos de homens livres vendidos como escravos,entre
eles Manuel Congo no Rio Grande do Sul. Aprisionado ao desembarcar de um navio,
em Capão dos Negros (próximo de Capão da Canoa) e vendido como escravo nos
Campos de Cima da Serra. O processo de concessão da sua liberdade levou anos
para ser julgado, depois de livre tomou o nome de Manuel de Paula.
Outro
homem livre que se tornou escravo foi Luiz da Gama vendido por seu próprio pai
para pagar dividas de jogo. Filho de
pai branco e de mãe negra foi autodidata e o único abolicionista a ter passado
pela experiência da escravidão, dedicou sua vida na defesa da liberdade e da república, morreu sem
ver seus ideais realizados. Daria
um grande filme, pois Gama foi um dos maiores líderes da Abolição. Aqui como nos Estados Unidos
poucos são os filmes que tratam do penoso tema. Ao que tudo indica, ainda há
certo preconceito em tratar da escravidão. De qualquer modo é bom saber que há
homens que como Lincoln que afirmou “Aqueles
que negam liberdade aos outros não a merecem para si mesmos.”
Mas, infelizmente
no mundo em que se vive “A liberdade é defendida com discursos e atacada com
metralhadoras”. “Como cantou o poeta maior dos poetas brasileiros Carlos
Drummond de Andrade”.
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