sábado, 24 de outubro de 2015

DAS RAIZES





  • G1 - Feira do livro será aberta nesta sexta-feira em Caxias do Sul ...



A Feira do Livro deste ano ocorreu no ano em que é comemorado o aniversário de 140 anos da imigração italiana para o Rio Grande do Sul. Mas nada do evento foi remeteu ao tema. Ela poderia ter homenageado os muito e bons escritores antigos da cidade. A literatura de Caxias é quase tão antiga quanto sua história, em quase século e meio de história há muito que lembrar. Para os esquecidos da história  da literatura local ,ou para  aqueles que a ignoram basta relembrar alguns deles.
O primeiro que merece ser lembrado é Carlin Fabris (1889-1975) com a obra Historia da Conceição, descoberto e publicado por Luis Alberto de Boni e Rovílio Costa. Ele foi o primeiro a contar a história dos imigrantes italianos  em dialeto vêneto .Uma preciosidade,já mereceu estudos universitários. Natal Chiarello (1913-1945) foi quem escreveu sobre Caxias pela primeira vez. Sua pesquisa Nossa História deveria ser republicado para marcar a efeméride. Publicado por Mario Gardelin ,num caderno da  Educs ,teve pouca circulação, mereceria  ser republicado.  Outro a ser lembrado é o cultíssimo   Zulmiro Lino Lermen que escreveu muitas obras ,entre  as quais A Missa Negra (1948).Ela  fez história na cidade, trata da possessão demoníaca de uma jovem, na colônia.  A sua publicação revoltou  o retrogrado  clero  da Catedral,  por sua ordem  o livro foi queimado em praça publica. Um verdadeiro escândalo!
Pesos e medidas (1981) de Ítalo João Balem livro bilíngue é  fruto  do   talento e da erudição. A obra poética  corresponde a uma   divina comedia caxiense. Nele se encontra  o espírito da cidade resumido .Para Caxias os autores citados são  bem mais importante que o  autor que foi  homenageado com um banca  na Feira do Livro .Os muitos  não citados   não o foram por esquecimento,mas por falta de espaço.
Para conhecer os escritores caxienses há muitas fontes. Uma delas é a pesquisa,  do artista  Juventino Dal Bó, sobre os poetas da cidade. Os cartazes devem estar na Biblioteca Publica Municipal. Outra fonte para o assunto é o historiador João Spadari Adami em sua História de Caxias do Sul. Por fim a Academia Caxiense de Letras pode oferecer outros bons exemplos de escritores caxienses esquecidos.
A Feira do Livro deste ano foi muito boa, o que é principal com muitos e bons livros e sua organização espacial. Parece que faltou público. Infelizmente seus organizadores esqueceram o passado, buscaram fora de casa àquilo que nela poderia ser encontrado. O maior e melhor dos prefeitos que a cidade já teve dizia com propriedade: “Caxias costuma de enterrar seus talentos”. Mais do que isto Caxias procura esquecer seu passado e suas raízes. Elas estão profundamente vinculadas à imigração italiana e ao cultivo da terra. Como dizia A. Huxley “Talvez a maior lição da história seja que ninguém aprendeu as lições da história.” Uma lástima!






















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