A inesquecível Simone de Beauvoir |
O tema da redação do Enem 2015 "A
persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira” partiu da frase lapidar de Simone de Beauvoir “Não se nasce mulher, se torna
mulher.”Frase de efeito ,mas não
real , já que os sexos são geneticamente
determinados.O tema mereceu
violenta reação dos lideres da extrema direita brasileira. Os deputados Bolsonaro (PP-RJ) e Feliciano (PSC-SP) usaram a internet para
acusar o exame de fazer doutrinação. A palavra proselitismo seria mais apropriada
para o pecado do qual acusam o Enem e o
governo . Proselitismo vem latim
eclesiástico, significa empenho de converter, ou seja o exame deseja o fim da
violência contra a mulher . O que para alguns parece ser uma perversão. A violência contra a mulher tem sido uma constante no Brasil. A violenta reação ao
tema é prova maior que o machismo corre
solto nas plagas brasileiras.
Basta conhecer um pouco de história para saber que a
violência contra a mulher é construção histórica. Entre os índios do Brasil ela
não existia, havia a divisão do trabalho entre os sexos. Entre os gregos ela é clara,aparece sob a forma de discriminação. Durante a Idade Media milhares de mulheres
foram queimadas vivas, acusadas de feitiçaria. Até o século XVII a Santa
Inquisição queimava mulheres por bruxaria, na civilizadíssima Europa. Até nos Estados Unidos - lar da democracia - em 1692, foram enforcadas 19 mulheres
a pretexto de serem bruxas.Sob a égide de um falso cristianismo. Não se precisa
ir tão longe, no Brasil até 1934 a mulher era proibida de votar. Até 1961 eram consideradas
incapazes como menores e índios
.Toda discriminação é uma forma de violência. Para coibir a
violência domestica foi necessário criar uma lei:a Maria da Penha.Nem assim acabou a violência
contra as mulheres. Já se perguntaram por que não existe uma lei Mario da Penha.
Não existe por que não existe a infração, raríssima é a agressão contra os
homens no lar É preciso dizer mais?
Um
passeio pelos blogs (machistas) na Internet pode ser muito elucidativo. Dizem
eles, entre outras coisas muito indizíveis: “Mulher e carro, quanto menos
rodados, melhor”. “Algumas mulheres são
igual caneta: quando não estão perdidas, estão comidas.”
São frases deveras comoventes, que revelam de forma clara que a mulher é para
eles é um objeto entre outros, como canetas e carros. Os machistas são os
legítimos filhos de alguma mãe!
Até a crise
brasileira parece estar relacionada com o fato de o Brasil ser governado por
uma mulher. Fernando Henrique Cardoso, o grande sociólogo declarou há poucos dias:
”a crise no Brasil também haveria com Aécio, mas com esperança”. Já com Dilma é
sem esperança? Por que é mulher? Mesmo
sábio, ele se revela um rematado machista.
Salve o instituto perverso do machismo!
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