sábado, 7 de novembro de 2015

DISCURSO DO REI


           


  • ... Falando...: O mito do ateísmo de Fernando Henrique Cardoso
    Velho Monarca 


Há dois livros aos quais grande parte dos sociólogos brasileiros deve muito de sua formação: As metamorfoses do escravo de Octavio Ianni e Capitalismo e escravidão no Brasil Meridional de Fernando Henrique Cardoso. Um trata da escravidão como negação da negritude e o outro das condições dos escravos nas charqueadas sulinas. São obras fundamentais, assistentes de Florestan Fernandes, revisitaram o instituto da escravidão brasileira, negando o mito da democracia gaucha ,afirmando sua barbárie.
FHC tem inúmeras obras. No livro O modelo político brasileiro dá uma explicação clara e racional sobre os propósitos do Golpe de 64. Outra obra sua Dependência e Desenvolvimento na América Latina escrita com Enzo Faletto trata do subdesenvolvimento alinhando-se com o estruturalismo econômico da CEPAL A sociologia brasileira e o Brasil devem ao ex Presidente a salvação da economia nacional, da inflação galopante da década de oitenta, por meio do Plano Real, no governo e Itamar Franco. Nome sugestivo que remete ao caráter majestático do seu realizador.
O assunto da atualidade é a publicação do seu diário, onde detalha os dois primeiros anos da seu governo (1995-1996). O novo livro é de uma chatice inesgotável. Não há nele nem um único pensamento transcendental. O diário faz algumas revelações, em especial sobre o poder do PMDB no seu governo (como nos de outros presidentes) e de Michel Temer, atual vice-presidente. Trata do cotidiano de um monarca republicano sofrendo pressões de toda a ordem e que pretende dar a palavra final sobre miúdos fatos políticos. São palavras dele “Começo a sentir o travo amargo do poder, no seu aspecto mais podre de toma lá dá cá: se eu não der algum ministério (...) ou então”, “O mal está no grupo que me cerca”. Dá para sentir o clima de inveja que compõe o governo  e seu  espírito superior  ao falar sobre os ignorantes correligionários políticos.É  lastimável que o politiqueiro tenha substituído  o grande sociólogo,pelo jeito já de muito falecido. Para completar algumas pitadas do humor do ex-presidente. Para verificar como ele considera os professores: Se a pessoa não consegue produzir, coitada, vai ser professor. Então é aquela angústia para saber se o pesquisador vai ter um nome na praça ou se vai dar aula a vida inteira e repetir o que os outros fazem. ” E mais esta "   Nossas diferenças com o PT são muito mais em relação à disputa de poder do que sobre ideologia.  Maravilha!  Muitas pessoas até já esqueceram que ele foi presidente, e que foi ameaçado de impeachment por causa das suas dúbias  privatizações.
 FHC ao falar em seu Diário sobre a imprensa paulista que então  o atacava é enfático   “é a nostalgia do impeachment, como se houvesse uma imprensa capaz de derrubar pessoas”. Agora parece que ele passou a acreditar que ela pode sim!  Não tem insistido para a Presidente renunciar, por meio da  imprensa?





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