sábado, 21 de novembro de 2015

SAUDADES DO PADROADO




  • INQUISIÇÃO DA IGREJA CATOLICA NA IDADE MÉDIA




Nada contra as religiões, elas têm servido para manter os rebanhos de crentes dentro dos redis. Tem ajudado a coibir a violência, mantendo os homens dentro dos limites da lei pelo temor divino. Afinal, nada como ela para acalmar os ímpetos assassinos dos homens. Fazer proselitismo e cobrança de dízimos pode ser assunto controverso, mas não ofende o Estado de direito.Muitas foram e são as tentativas de imiscuir o sagrado no profano.A maior parte dos preconceitos ai se origina ,pois se baseiam no pressuposto que há só uma verdade e só há um modo de agir.Respeitar as diferenças é coisa para sábios, não para dogmáticos.
 Há no Congresso Nacional um projeto de emenda constitucional que pretende dar as Associações Religiosas poderes semelhantes aos do Estado. O projeto dispõe sobre “a capacidade postulatória das Associações Religiosas para propor ação de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos normativos, perante a Constituição Federal.” O que significa que qualquer instituição religiosa poderá se aprovada a emenda se imiscuir nos projetos do Estado. Ou seja, dar a sua direção para o Estado.
No Brasil, durante o Império (1822-1889) tal papel foi desempenhado pela igreja católica, diga-se de passagem, com mais problemas do que soluções para os dois lados, o do direito e do sagrado. Quando nas últimas eleições  foram eleitas as  grandes bancadas dos  ruralistas e evangélicos  deu para ver para que lado ia o Brasil.Não deu outra. O sonho do padroado parece estar em vias de se tornar realidade.
A doutrina que une a Igreja ao Estado chama-se padroado. Padroado é doutrina que une Estado e Religião,ou seja o direito a uma crença religiosa.Foi durante o Renascimento que o humanismo conseguiu separar as duas esferas , a Igreja do Estado, a leis dos homens das dos deuses, que durante séculos engessou a humanidade. O Estado como instituição laica não pode e não deve ser barrado por dogmas e preconceitos, a pretexto de sua sacralidade. Basta ver o que tem acontecido com os grupos regidos pelos dogmas, O Projeto  que está sendo discutido é digno do  Estado Islâmico,ou seja a formação de uma teocracia . Os últimos acontecimentos da França atestam sobre  os perigos do pensamento teocrático.
 No Brasil, as associações religiosas já são suficientemente poderosas, pois,  estão protegidas por várias sinecuras, algumas discutíveis. Como a isenção de impostos, prática que garante a algumas igrejas poder igual aos  dos  bancos,que  estão  sempre  acima das crises e dos  problemas econômicos que assolam as demais empresas. Querer  liberdade de  culto é uma coisa, mandar no Estado é outra ,bem diferente..
Já dizia o filósofo Friedrich Nietzsche “As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras.” Quem deve reger o Estado é a moralidade não o dogma! Como dizia o mesmo filósofo “A moralidade é a melhor de todas as regras para orientar a humanidade”. Não são necessárias outras!


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