PINTURA DE POMPEIA |
Como
disse
Bakhtin: “Toda palavra é ideológica e toda
utilização está ligada à evolução ideológica”, também a
palavra festa está eivada de ideologia. Não há analise melhor da festa popular do
que a feita por ele sobre os festejos populares. O autor distinguiu a festa
oficial da festa popular, uma seria e
formal e a outra livre e alegre. A palavra festa tem muitos sentidos, significa
ao mesmo tempo solenidade, comemoração e celebração. Festa é antes de tudo uma reprodução
do cotidiano, uma ação coletiva, que se dá num tempo e num lugar definidos, que
se concentra num objeto simbólico, sua unidade se dá pela identidade. As festas
têm seus ritos e suas regras, é um tipo de um jogo destinado à reiteração, ou
seja, a reprodução das identidades sociais. A festa também é uma estrutura de
poder, regida por interesses de grupos. Como as palavras as festas também não são
neutras, são carregadas de ideologia, tendo objetivos que nem sempre são os aparentes.
- Cada festa tem seu rito. Para que uma festa tenha um rito os seus participantes deve representar um papel, que deve ser alegre e desinibido. Nos aniversários, por exemplo, o rito essencial é o aniversariante soprar as velhinhas do bolo e os demais cantarem os parabéns!Uma festa pode incluir música, dança fantasias e comida. Nas festas há os que olham e os que dirigem. Não é o povo que faz a festa, mas quem a patrocina. A festa é um espetáculo, mas, ao contrario dele exige a participação ativa daqueles que dela participam. Ser espectador de uma festa é fazer parte dela. Assistir ao jogo do poder é dele participarNo carnaval oficial o rito é o desfile das escolas de samba. No carnaval de rua o rito é o movimento de dança, de música do povo que dela participa. Há um mundo de diferença entre o os dois desfiles. Um é a catarse, o outro o formalismo. È enorme a distancia entre o carnaval da Sapucaí e os festejos de Olinda,agora patrocinado por um empresa de bebida.Uma festa oficial promovida por uma empresa seja publica ou privada, visa o lucro, não a alegria da população. Ao recorrer a espaços fechados e pagos as festas vão se distanciando cada vez mais do povo. O Sambódromo é um bom exemplo disso. As festas oficiais não unificam, reúnem os diferentes por pouco tempo. A festa em geral é uma consagração da desigualdade, reproduzindo as mesmas relações sociais que regem o sistema. Não há nada como uma boa festa, não é verdade?
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