As
eleições mudaram com o tempo e com as mudanças
tecnológicas. Por outro lado aumentou
de forma significativa o número de eleitores. Pela constituição de 1891
foi adotado o voto não secreto,tendo direito a ele apenas os homens alfabetizados,
o que não dava 10% do total da população.
O título de eleitor era semelhante a certidão de nascimento, imenso e
era apresentado na mesa eleitoral onde era
assinada a lista dos candidatos. Muitos
eram os excluídos do direito de voto: os mendigos, os analfabetos, o clero, as
mulheres e os militares. Vigorava o sistema distrital,ainda assim era um avanço
em relação ao voto censitário do período imperial onde só ricos votavam.
Até 1934 as mulheres não eram cidadãs, pois não tinham o
direito do voto, o Decreto 21076(1932) deu direito de voto algumas mulheres. Mas
como não havia eleições elas só puderam votar após 1946. Há exatamente setenta
anos. Para votar as mulheres tinham de ter permissão do marido, e ,no caso de serem, viúvas ou solteiras deveriam
ter rendas próprias.Assim a partir 1932
apenas as mulheres com rendimentos ( ou seja mais ricas) podiam votar. Apenas
algumas eram cidadãs. A Constituição de 1946 estendeu a obrigatoriedade do voto
às mulheres. Pela mesma Constituição o voto se tornou secreto. E os títulos
eleitorais encolheram de tamanho. Ficaram do tamanho de meia folha A4, com os
dados do eleitor numa face e anotações do presidente da mesa no verso do
título. Com ditadura com ou sem as
eleições,o sistema continuou da mesma
forma, apenas foi negado o direito ao voto para o executivo nacional e estadual. A
Constituição de 1988 aumentou a
participação de um número de eleitores,garantindo
o direito de voto aos analfabetos.
Mas a grande revolução do voto foi a tecnológica. Foi uma
invenção brasileira concebida pela firma
OMNITECH( Serviços de Tecnologia Marketing),
entre 1995 e 1997, que se tornou
padrão até hoje. Muitos dizem que foi sido invenção do PT, para se perpetuar no
poder. O PT que é acusado da invenção da corrupção no Brasil, não é o autor intelectual do novo sistema de
votação. A modernização eleitoral
colocou o Brasil na frente de outros países,que passou a exportar o produto. Hoje o título de eleitor é mínimo
e o voto digital.
Se o Brasil progrediu na tecnologia, o mesmo não ocorreu
com a qualidade do voto. O sistema aviltante de alianças partidárias, permite a
reeleição e de um grupo ,com sua eternização no poder. Contra este perigo já alertava o
falecido sociólogo Fernando Henrique Cardoso (restou apenas seu clone
político). Este é o risco da política atual, que disfarça uma forma de
ditadura, sob a bandeira de alianças
partidárias. Como disse Brizola: ”Estou pensando em criar um vergonhódromo para
políticos sem-vergonha, que ao verem a chance de chegar ao poder esquecem o
compromisso com o povo.” Quem não gostaria?
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