sexta-feira, 30 de setembro de 2016

ELEIÇÕES


            







As eleições mudaram com o tempo e com as mudanças  tecnológicas. Por outro lado aumentou  de forma significativa o número de eleitores. Pela constituição de 1891 foi adotado o voto não secreto,tendo direito a ele apenas os homens alfabetizados, o que não dava 10% do total da população.  O título de eleitor era semelhante a certidão de nascimento, imenso e era apresentado na mesa eleitoral onde era  assinada a lista dos candidatos.  Muitos eram os excluídos do direito de voto: os mendigos, os analfabetos, o clero, as mulheres e os militares. Vigorava o sistema distrital,ainda assim era um avanço em relação ao voto censitário do período imperial onde só ricos votavam.
            Até 1934 as mulheres não eram cidadãs, pois não tinham o direito do voto, o Decreto 21076(1932) deu direito de voto algumas mulheres. Mas como não havia eleições elas só puderam votar após 1946. Há exatamente setenta anos. Para votar as mulheres tinham de ter permissão do marido, e  ,no caso de serem, viúvas ou solteiras deveriam ter rendas próprias.Assim a partir  1932 apenas as mulheres com rendimentos ( ou seja mais ricas) podiam votar. Apenas algumas eram cidadãs. A Constituição de 1946 estendeu a obrigatoriedade do voto às mulheres. Pela mesma Constituição o voto se tornou secreto. E os títulos eleitorais encolheram de tamanho. Ficaram do tamanho de meia folha A4, com os dados do eleitor numa face e anotações do presidente da mesa no verso do título. Com ditadura  com ou sem as eleições,o sistema  continuou da mesma forma, apenas foi  negado o direito ao  voto para o executivo nacional e estadual. A Constituição de 1988  aumentou a participação de um  número de eleitores,garantindo o direito de voto aos analfabetos.
            Mas a grande revolução do voto foi a tecnológica. Foi uma invenção brasileira  concebida pela firma OMNITECH( Serviços de Tecnologia Marketing),  entre  1995 e 1997, que se tornou padrão até hoje. Muitos dizem que foi sido invenção do PT, para se perpetuar no poder. O PT que é acusado da invenção da corrupção no Brasil, não  é o autor intelectual do novo sistema de votação.  A modernização eleitoral colocou o Brasil na frente de outros países,que passou a  exportar   o produto. Hoje o título de eleitor é  mínimo  e o voto digital.
            Se o Brasil progrediu na tecnologia, o mesmo não ocorreu com a qualidade do voto. O sistema aviltante de alianças partidárias, permite a reeleição e de  um grupo ,com sua  eternização  no poder. Contra este perigo já alertava o falecido sociólogo Fernando Henrique Cardoso (restou apenas seu clone político). Este é o risco da política atual, que disfarça uma forma de ditadura, sob  a bandeira de alianças partidárias. Como disse Brizola: ”Estou pensando em criar um vergonhódromo para políticos sem-vergonha, que ao verem a chance de chegar ao poder esquecem o compromisso com o povo.” Quem não gostaria?




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