UM HERÓI CAXIENSE
A
Segunda Guerra deixou marcas na cidade. Por motivos políticos algumas famílias
se separaram. Em alguns casos, as brigas duraram até o fim de suas vidas. Mães
se desesperaram com a convocação de seus filhos. Foi um período turbulento que
aos poucos vai sendo esquecido.
Em
Caxias, os pracinhas que lutaram na Guerra (1939-1945),foram lembrados pela Prefeitura
Municipal ,que os homenageou construindo um Museu e um Centro Cívico, em 1976.Em 1997 ,foi erigido
um pequeno monumento em honra aos 121 pracinhas da região
que combateram na Itália, entre 1944 e 1945. Muitos deles já morreram, mas há
os que estão vivos. Um deles é Alberto Arioli.
Alberto Arioli é o autor de Cabedelo:
a Odisseia de uma vida,lançado em 2012
pela Quatrilho Editorial . É uma publicação esmerada com fotos da época
totalmente inéditas (um CD acompanha o
livro). Na verdade é um livro raro, pois, são poucas as memórias sobre a
Segunda Guerra poucos pracinhas deixaram suas lembranças por escrito. Ao contrário
daqueles que lutaram contra a ditadura de 1964, que foram prolíferos memorialistas.
Há memórias de pracinhas
preservadas através de gravação em arquivos históricos,no Arquivo de Caxias há
muitas delas. Tais testemunhos são em
geral dispersivos e superficiais. Não há como negar que é difícil se concentrar
diante de estranhos e de um gravador. Bem
mais centradas são as memórias preservadas em livros.
No livro, Arioli conta sua vida e
seus feitos na luta ,traz dados que são
difíceis de encontrar em outras publicações, como a relação dos 33 navios
brasileiros afundados durante o conflito , bem como as notícias sobre as
batalhas nas quais o Brasil participou.
Caxias entra na história como bem percebe o autor “Estou sendo o personagem,
mas a cidade também.” È uma cidade que poucos
tem lembrança.
A viagem à Itália, realizada no navio General Meighs, durou 15 dias. No
qual , era servida apenas uma refeição por
dia, A comida era tão pouca, que todos
chegaram muito magros ao fim da viagem. O livro traz
outros fatos que são
desconhecidos. Fatos que não são conhecidos pelos professores de história, que,
por sinal, esquecem o papel do Brasil na Guerra e de seus defensores. Li a obra
de um só fôlego. Pelo muito que traz de novo sobre o último conflito mundial,
com certeza, Cabedelo merece ser lido.
Loraine Slomp Giron
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