quinta-feira, 4 de abril de 2013



UM HERÓI CAXIENSE



A Segunda Guerra deixou marcas na cidade. Por motivos políticos algumas famílias se separaram. Em alguns casos, as brigas duraram até o fim de suas vidas. Mães se desesperaram com a convocação de seus filhos. Foi um período turbulento que aos poucos vai sendo esquecido.
Em Caxias, os pracinhas que lutaram na Guerra (1939-1945),foram lembrados pela Prefeitura Municipal ,que   os homenageou construindo um Museu e  um Centro Cívico, em 1976.Em 1997 ,foi erigido  um pequeno monumento  em honra aos 121 pracinhas da região que combateram na Itália, entre 1944 e 1945. Muitos deles já morreram, mas há os que estão vivos. Um deles é Alberto Arioli.
 Alberto Arioli  é o autor de  Cabedelo: a Odisseia de uma vida,lançado em 2012  pela Quatrilho Editorial . É uma publicação esmerada com fotos da época totalmente inéditas (um CD  acompanha o livro). Na verdade é um livro raro, pois, são poucas as memórias sobre a Segunda Guerra poucos pracinhas deixaram suas lembranças por escrito. Ao contrário daqueles que lutaram contra a ditadura de 1964, que foram prolíferos memorialistas.
 Há memórias de pracinhas preservadas através de gravação em arquivos históricos,no Arquivo de Caxias há muitas delas.  Tais testemunhos são em geral dispersivos e superficiais. Não há como negar que é difícil se concentrar diante de estranhos  e de um gravador. Bem mais centradas são as memórias preservadas em livros.
No livro, Arioli  conta sua vida e seus feitos  na luta ,traz dados que são difíceis de encontrar  em outras  publicações, como a relação dos 33 navios brasileiros afundados durante o conflito , bem como as notícias sobre as batalhas nas quais o Brasil participou.
Caxias entra na história como bem percebe o autor “Estou sendo o personagem, mas a cidade também.” È uma cidade  que poucos tem lembrança.   
A viagem à Itália, realizada no navio General Meighs, durou 15 dias. No qual , era  servida apenas uma refeição por dia, A comida era tão  pouca, que todos chegaram muito magros ao fim da viagem.  O livro traz  outros  fatos que são desconhecidos. Fatos que não são conhecidos pelos professores de história, que, por sinal, esquecem o papel do Brasil na Guerra e de seus defensores. Li a obra de um só fôlego. Pelo muito que traz de novo sobre o último conflito mundial, com certeza,  Cabedelo merece ser lido.
Loraine Slomp Giron
 Historiadora Twitter: @loslomp Blog: http://historiadaqui.blogspot.com.br/





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