Na
República Velha (1889-1930) o Rio Grande do Sul era aficionado em reeleições, nada
menos do que cinco vezes reelegeu Borges de Medeiros. Nada mais corrupto e
antidemocrático que aquelas malfadadas eleições. Ano após ano Assis Brasil
tentava se eleger e nada. Creio que houve um enjoo geral de reeleições para
governador. Após o doloroso período da
ditadura (1964-1988) onde eram nomeados governadores, ao arrepio da democracia,
recomeçaram as eleições diretas. Com a Constituição de 1988 chegaram as esperadas eleições diretas .Desde então nenhum
governador foi reeleito.
Em
compensação os representantes gaúchos no Senado parecem ter sido eleitos de
forma vitalícia. Sem renovação!Não é porque os senadores sejam maravilhosos ao
contrário, há os que ocupam cadeiras para dormir. Aliás, eu gostaria que o
Senado fosse extinto seria uma grande economia, pois não vejo nele grande valor
democrático. Uma só Câmara seria suficiente, tornaria mais rápidas as decisões
legislativas.
Os
nossos governadores não tem sido extraordinários. Há os péssimos como o
invencível como o pai dos pedágios. Há os medíocres (a maioria) e os nocivos,
esses foram os responsáveis pelas privatizações, que dilapidaram o tesouro do
Estado.De uma forma geral são provenientes das classes privilegiadas e ou são
por elas sustentados .Mas há os originais. O mais original de todos (em todos
os tempos) foi penalizado pela sua ação em relação ao pedágio (mão dupla), afastado
(e desiludido) da política partidária teve atitudes muito parecidas com o Papa Francisco,
outro simples. Pode não ter sido o maior dos governadores, mas como ser humano
é o mais apreciável. Sem esquecer o que diz Leonardo da Vinci “A simplicidade é
o último grau da sofisticação,” eu diria que é “o mais elevado grau da
sabedoria”.
O
Rio Grande já experimentou de tudo elegeu desde afrodescendente à mulher. O que
mais me irrita é o esquecimento dos malfeitos e das boas obras. Com o passar do
tempo cria-se uma espécie de véu que esconde a verdadeira face dos antigos governantes. Há os covardes, um
deles tratado como reserva moral,
durante a ditadura quando tinha de tomar uma posição decisiva , internava-se em
clínicas. Dizia-se doente do coração.
Hoje com mais de oitenta anos continua na ativa. Com uma saúde de ferro! Outro
apaixonado era mandado pela mulher ,dizia-se que dela apanhava.
O
Rio Grande teve como governador o mais
sagaz dos homens :Getúlio Vargas .Não sei se ele teria sido reeleito! Uma coisa
é certa, nem sempre o governador eleito é melhor do que o não reeleito, fica
claro que se trata de não reeleger e não de eleger o melhor ,apenas uma
obtusidade política!