sábado, 7 de setembro de 2013

SOBRE RAINHAS


Um dos últimos monarcas absolutos que existem é o Papa, que governa um mini Estado nesse mundo de mega estados. Monarca absoluto do minúsculo e influente Estado do Vaticano. Além de absoluto ele é infalível! Dá para imaginar como Francisco um papa despojado e simples, deve se sentir diante de todo aquele fausto, pompa e poder. Aguardem!Ele ainda vai dar o que falar. Há outro mini Estado absoluto é o de Mônaco, de importância mais cinematográfica que política.
 A mais importante rainha do mundo é a do reino britânico, que apesar das descolonizações do pós-guerra continua sendo o maior do mundo. O Papa e a Rainha  governam países importantes ,sendo por isso figuras proeminentes do mundo em extinção das monarquias. O século XX assistiu  o fim dos impérios coloniais, mas eles ainda existem como um lembrete dos tempos em que a democracia era apenas uma utopia.
As histórias infantis (cuja influência foi decuplicada pelo cinema) garantem a manutenção do mito de princesas e de rainhas como: a Gata Borralheira, a Bela Adormecida e a Branca de Neve. Nesses contos (e filmes) os homens são figurantes. São as princesas eternos objetos de desejo que fazem a história acontecer. Tudo para se tornar rainhas!
Na medida em que a monarquia se exaure, outras realezas começam a surgir. A nova realeza tem nítidos fins, ou seja, o uso da beleza para fins mercadológicos. Para vender um produto como uma festa se escolhe uma rainha e algumas princesas para vender a bela imagem do evento. Ninguém até agora inventou nada melhor do que a mulher para vender algum produto! Afinal, o sexo forte tem um fraco todo especial pela beleza.
 A festa da escolha da soberana de 2014 contou com vinhos e talentos locais. È a forma correta de se promover as coisas daqui. No mundo globalizado, o regional ganha novo valor.  Assim, ao mesmo tempo em que se economiza se valoriza a produção local, seja de artística ou vinícola.  A escolha da Rainha depende de critérios, mas, ainda mais dos olhos dos jurados. Mais importante que a escolha da rainha é a escolha do júri, responsável por ela. Vivemos em tempos de uniformidade, a maquiagem carregada e os cabelos alisados faz com que todas as candidatas se pareçam. Não me esqueço da rainha que fez plástica no nariz, em plena eleição. Provavelmente cada um de nós faria uma escolha diferente,  sempre haverá descontentes. Por outro lado há um evidente domínio da riqueza, aparente nos trajes. A riqueza desperta inveja. “Apenas a miséria é sem inveja” como diz Boccacio. Para ser rainha é preciso ser (ou parecer) rica! Todos sabem, que por mais belas que sejam as miseráveis, elas não serão eleitas! Não é verdade?


Loraine Slomp Giron   Historiadora

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