sábado, 26 de outubro de 2013

PARADOXOS DA EDUCAÇÃO


Há algo de podre no reino da educação. Parece simples encontrar a solução, mas desde sempre os governos  a procuram inutilmente. Uma coisa é certa: a educação igual para todos é uma utopia. Um primeiro ponto que merece ser pensado: muitos nascem com poucas condições de aprender, outros nascem sabendo mais do que os mestres. Igualar pela educação assim é impossível. Como observa Voltaire: ”A educação desenvolve as faculdades, mas não as cria.” Não adianta insistir, educação não faz  milagres, só  melhora, mas , não inventa  um novo  homem.Por outro lado  quem educa não é a escola ,mas os exemplos familiares  e do  mundo .A escola ensina!
Outro ponto que merece destaque: todos os cidadãos (ricos ou pobres) deveriam  ter direito à educação gratuita. Bons médicos e muitos advogados estudaram em escolas públicas. Deve haver igual quantidade (ou menor) dos que estudaram em escolas privadas. Os maiores cientistas brasileiros estudaram em universidades federais. Poucos dos maiores deles estudaram em faculdades privadas. Se o ensino superior público é bom, por que o ensino público fundamental e médio não tem as mesmas qualidades? Algo deve ser reformulado nas escolas públicas estaduais e municipais. Pois, são os mesmos professores, (formados da mesma maneira) que atuam no ensino público e no privado. Os professores do ensino público passam por dura seleção o que não acontece com os do ensino privado. Os mestre do ensino público tem as mesmas qualidades (ou maiores) do que os do privado .São os mesmos métodos de ensino ,então porque os pais gastam tanto em educação privada para seus filhos? Uma resposta parece ser o desejo da  separação das classes sociais. Como se os ricos devessem estudar em escolas privadas e os pobres nas públicas. Então porque esses mesmos pais gastam em cursinhos para entrar numa universidade pública? Esse é um paradoxo.
A educação ajuda nas mudanças sociais. Mas, quanto mais se estimular a separação entre as classes maior será o problema da desigualdade. Da mesma forma que ensinar o que interessa à minoria é ensinar a discriminação. A escola deveria ser um espaço democrático e que estimulasse a aceitação das diferenças. Historicamente, no Brasil o poder público tem se mostrado incompetente para solucionar o problema educacional. Até hoje nem todos os brasileiros tem acesso à educação fundamental. Afinal, como fazer para atender 45 milhões de alunos? Não é problema fácil de resolver. Para resolver esse grave problema é preciso ter metas e objetivos definidos. É preciso planejar, ter um projeto nacional que englobe União, estados e municípios. Projeto que seja eficaz para elevar a qualidade da educação pública. Deveria haver um esforço conjunto para que a educação pública volte a ser como foi até a década de setenta. Então havia seleção (um vestibular) para entrar nas escolas públicas modelo como o Júlio de Castilhos e o Cristóvão de Mendoza. Ao que tudo indica, aí entra a política partidária, a  divisora  da construção de um projeto nacional. A melhoria da educação deve ser um esforço suprapartidário, só unindo forças será possível resolver o maior problema do país.
Loraine Slomp Giron  Historiadora




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