domingo, 15 de dezembro de 2013

ASSASSINOS & ASSASSINADOS











Acabei de ler o mais extraordinários dos livros. É Anatomia de um assassinato, de Philip Shenon,que merece ser lido. Trata da história de como a Comissão Warren foi enganada pela CIA e pelo FBI, e de como está mal contado assassinato de J.F. Kennedy. Pelo livro se fica sabendo que houve uma conspiração sim, e que o responsável pelo assassinato ( de forma indireta) teria sido seu  Bob Kennedy, como reação as suas  tentativas (frustradas) de assassinar   Fidel  Castro e outros líderes socialistas. Bob apresenta no livro face diversa da oficial. O mesmo ocorre com Lee Oswald do qual apresenta outro lado, um desequilibrado sim, mas com uma missão, faltando pouco para ser herói.
Quatro presidentes dos Estados Unidos foram assassinados, estando no cargo: Lincoln (1865), Garfield (1881), Mckinley (1901) e Kennedy (196)3. Todos abatidos por tiros, com armas de fogo Não há como negar que a morte de um presidente é algo chocante e emocionante. Imaginem quatro. È de pensar como deve ficar o imaginário dos presidentes eleitos e de seus eleitores.
No Brasil nunca foram mortos presidentes enquanto ocupavam os cargos, e até hoje, se supunha nem depois.  O assassinato de dois presidentes em poucos meses, se comprovados muda essa posição. Segundo o que divulgou o sub-relatório da Comissão da Verdade Vladimir Herzog, da Câmara Municipal de São Paulo, Juscelino Kusbischeck de Oliveira teria sido assassinado. Pois,  seu motorista Geraldo Ribeiro teria levado um tiro na cabeça , provocando o acidente que o vitimou em 22 de agosto de 1976. Agora a Câmara exige retificação da causa da morte de JK, de acidente para assassinato.
Investiga-se agora a morte de Jango. O seu assassinato (se confirmado) , o de JK e o de Carlos Lacerda estariam relacionados com a DINA (Diretoria de Inteligência Nacional), com o apoio técnico  da CIA (Agencia Central de Inteligência) dos Estados Unidos. Eis uma bela colaboração multinacional!Afinal ,essa parece ser uma das especialidades norte-americanas. Tal fato  mudaria a história do Brasil.
O que espanta mais do que as mortes violentas é o tempo que levaram para serem descobertas as  suas causas. Afinal desde 1976 correm boatos da conspiração e dos assassinatos dos líderes da Frente Ampla, criada em 1966.
Não há outra semelhança entre os ter líderes mortos (ou assassinados?) do que a busca da liberdade política. Cada um tinha posições políticas diversas: um desenvolvimentista, outro populista, e um reacionário. Incontestável  também era  a  sua liderança, enquanto estivessem vivos  representariam as  bandeiras de mudanças do regime de 64 com  um retorno à democracia. Enfim, um verdadeiro perigo!Assim,  segundo os revolucionários, mereciam morrer.E  assim foi feito!

Loraine Slomp Giron   Historiadora

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