Aquele Abraço e Pais Tropical foram duas
da velhas músicas apresentadas do espetáculo da abertura das Olimpíadas de
2016.Para os desmemoriados do Brasil estas músicas foram gravadas em 1969 , ano
marcado pelas maiores atrocidades da história brasileira. De certa forma elas
sintetizam em verso e música o que foi a abertura destas Olimpíadas: a alegria
e a amizade entre os povos, mais precisamente os jovens da Terra que tiveram o treinamento
necessário para chegarem ao evento.
Os atletas que chegaram às Olimpíadas constituem a minoria
absoluta de privilegiados. Afinal este é o sentido da organização, concentrar os melhores de cada modalidade, aqueles que
superam a média,que podem aspirar medalhas de ouro. São os que conseguem
recordes para que os demais atletas do mundo possam ser emulados. Uma coisa é
certa a maioria nunca chegará lá!A emulação neste caso nada mais é que uma
provocação!
O Brasil nos últimos anos, desde 1958, tem vendido ao
mundo uma imagem construída sobre três estereótipos: mulher, carnaval e
futebol. O Rio de Janeiro no imaginário coletivo é ao mesmo tempo a síntese e o
cenário do Brasil. Mulheres sensuais deitadas na areia de Copacabana, ou mulatas
requebrando no espetáculo das escolas de samba.
No solo sagrado do Maracanã os reis do futebol apresentam sua arte. É o
mundo espetáculo. O mundo sensual da preguiça, da euforia e da arte. A abertura das Olimpíadas foi espetáculo
digno de uma escola de samba da segunda categoria, por certo teria desagradado
o esteta Joãozinho Trinta, carnavalesco com formação clássica. Milhares de
mulatas sambando e uma favela alegre e limpa. A abertura das Olimpíadas foi um simulacro do
carnaval carioca, com a presença discreta do simulacro de presidente. Uma tristeza.
Foi estranho ver os melhores atletas do mundo sambando. Mas
o mais estranho de tudo foi à viagem no tempo de Ari Barroso a Vinicius de
Moraes todos os mais importantes músicos do passado, revelando que pouco de
novo existe para mostrar,salvo alguns rappers e e Anitta. Sem esquecer a favela cantante e os africanos apresentados como hamsters
rodando a sua rodinha.. Pelo show italianos
e alemães não vieram ao Rio nem ao Brasil, entre outros tantos
imigrantes igualmente esquecidos. O resto são coisas do passado, como os artistas
que apresentaram o show. Triste demais ver Elza Soares em cadeira de
rodas e Gilberto Gil quase defunto fingindo alegria. Certo esteve
Pelé que preferiu ficar em casa com sua bengala, sua ausência ( copiando Romário)
foi sua melhor apresentação.
Segundo as redes sociais o show de abertura agradou tanto
aos brasileiros como a imprensa nacional e internacional .O espetáculo foi apresentado como
pobre e emocionante. Nele estiveram presentes os símbolos e os estereótipos. Enfim
aquilo que representa o Brasil no imaginário coletivo. Fora isto o Rio de
Janeiro continua lindo e Santos Dumont continua a inventando a aviação .Foi um desfile digno do
Fantástico!
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