sábado, 1 de setembro de 2012


ALARICO MACHADO



Antiga feira na Praça .1912. Fonte Adami 

Corria a década de cinquenta, em Caxias, a feira livre voltou a funcionar. A  feira era uma festa, com ruídos, algazarra e um indefectível alto falante, tocando músicas regionais. Toda cidade acorria à  feira que ocorria  nas manhãs de  sábado . Local era excelente ficava na frente do  Colégio do Carmo na  Rua Os 18 do Forte.
As feiras tinham existido na primeira década do século XX,na Praça Dante, que então, não tinha jardins, nem monumentos, nada. Apenas alguns quiosques de comerciantes a decoravam. Caxias sempre foi marcada pela predominância do privado sobre o público. Assim o comércio alugava a Praça. A feira da Praça reunia toda Caxias: mulheres vendendo tabuleiros de doce, negociantes de mulas, de cerveja , de aluguel de cadeiras para assistir sentado à missa na igreja , que ainda não tinha bancos. Com o Intendente Peninha, em 1912, a feira foi extinta. Só voltou a funcionar com o governo de Luciano Corsetti que foi um de seus melhores administradores.
Voltando à feira. Na esquina das ruas Dr. Montaury e 18 do Forte havia uma belíssima casa. Era de alvenaria com ampla sacada na frente, com dois  pavimentos  e o porão (por causa do desnível da rua) Era pintada de rosa e tinha  colunas da área, e na   frente  sul pedras coloridas .A casa era das mais belas casa de Caxias. Dona Luiza sua  dona   era uma das Damas de Caridade (fundadoras  o Hospital Pompéia). Seu marido havia sido figura ilustre da cidade. Não sei quantos filhos teve, naquele tempo com ela viviam um filho e uma filha. Era comum ver o filho sentado na varanda da casa lendo jornal.  Não sei qual era sua profissão.
Também não sei quando começou a ter ataques de fúria contra a feira. Corria pela cidade que havia um louco naquela bela casa, que saia na janela aos gritos contra o barulho da feira, que o impedia de dormir Assim Alarico passou a sofrer com a feira  todo santo sábado . Há pessoas que acreditam que seu bem estar é mais importante que o da comunidade. Ele por certo era um deles.
Era um sábado de primavera, o alto falante animava os feirantes com uma rancheira. De repente ecoam gritos na rua. Logo se pensou em morte, mas, não. Era  Alarico que saia de casa, aos berros,  num pijama branco com  listras azuis , trazendo na mão um reluzente  machado de cabo  vermelho.As pessoas ao vê-lo se assustaram , e fugiram para todos os lados .. Sem olhar para os lados, ele foi direto ao alto falante, que ficava na frente da Católica Domus. Com machadadas certeiras terminou com a festa. Os feirantes e os compradores da feira (e eram muitos) assistiram a um espetáculo inesquecível, não havia muitos na cidade. . Com Alarico nada aconteceu, apenas pagou os prejuízos. Afinal era rico, mas ganhou um novo sobrenome. Desde então foi chamado de Alarico Machado.  Nos tempos de antigamente, nós teríamos aqui um Gelson Palmeira.

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