quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


 UMA CAXIAS GAÚCHA CAXIAS

 O Estado é um conceito distante do cidadão. Algo abstrato que não parece existir, como se fosse uma sombra que pairasse sobre a comunidade, visando apenas a cobrança e a repressão. Muitas vezes o Estado é confundido com o governo, mas, não há nada mais diverso que eles, o mesmo acontece com os estados e com os municípios. O Estado é bem mais amplo que o governo, envolve nação (povo) leis e território e o bem comum. Já governo é bem mais restrito envolve governantes, partidos e interesses políticos, estando permeado quase sempre por  interesses individuais .
            Os homens convivem em comunidades, e por maior que sejam suas relações sociais e econômicas com outras nações ,continuam em seu dia a dia vivenciando apenas o lugar em que moram ,seja uma cidade, um bairro ou um distrito. Neste lugar como não poderia deixar de ser convivem  outras esferas do poder.
Essas considerações me parecem necessárias para constatar que o lugar é mais importante que as divisões administrativas. Se não fosse tal fato não fosse real como se explicaria a emancipação de distritos? Caxias já foi distrito de São Sebastião do Cai da mesma forma que Flores da Cunha  e Farroupilha foram seus distritos ,assim, poder-se –ia  a enumerar todos 496 municípios gaúchos resultantes de desanexações.
Caxias tem crescido em relação à região dos campos e da colônia alemã e enquanto se reduziu em relação à da colônia. Assim foram anexados os distritos de Criúva, Santa Lúcia do Piai, Vila Cristina entre outras. Agora é a vez do Juá.
 Cabe uma análise ainda que sucinta o fenômeno. Sendo o lugar mais importante do que o município ocorrem algumas distorções em relação às características  de determinado local .Caxias foi uma colônia oficial do Império.Povoada preferencialmente por italianos era povoada por um número restrito de outras etnias,os  luso-brasileiro representavam cerca de 15% do total da população.Os imigrantes vinham em busca de terras para cultivar.Ao longo do tempo, tiveram um número muito grande de filhos.Os filhos precisavam criar suas famílias e novas buscas de terra ocorrem.Assim a busca da terra leva os colonos para a região dos campos,que limitavam a Colônia.
Aos poucos, as grandes propriedades Campos de Cima da Serra foram fragmentadas pelas heranças e vendidas. Como na ocupação do Texas (que era mexicano) pelos norte americano, também nos os italianos vão ocupando novos espaços. Ao mesmo tempo os antigos distritos  que faziam parte da antiga colônia Caxias de emancipam.Os colonos que vivem nos campos se aculturam   e se tornam agora tornados gaúchos .
Como Caxias parece oferecer melhores condições matérias os distritos de São Francisco de Paula buscam a sua anexação. Não há dúvidas que o interesse econômico é mais forte que os laços municipais, pois a pátria é o lugar onde se vive. O município é uma divisão política,enquanto os lugares são culturais.


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


 AÇÃO DOS SINDICATOS NA PRIMEIRA REPÚBLICA



             A ação dos sindicatos dos operários desde sua criação até 1988 está diretamente vinculada ao tipo de governo, no qual se insere o movimento sindicalista. As fases do movimento sindical correspondem aos regimes políticos vigentes. Tanto em termos regionais, como nacionais, de acordo com as ações desenvolvidas pelos órgãos classistas, é possível determinar as fases seguintes: movimento na República Velha, o movimento na Era de Vargas, o movimento durante o período da redemocratização e o movimento durante o período pós-1964.
1.  O Movimento Operário Durante a República Velha, 1889-1930.
Para entender a ausência de movimento operários locais no período que vai de 1889 a 1930, ou pelo menos sua pouca força, é necessário analisar as características típicas da região colonial italiana.
A imigração italiana que formou a região colonial teve inicio em 1875. A organização colonial proporcionou aos imigrantes a posse de terra. A classe majoritária que se formou eram de pequenos produtores. Tanto na zona rural, onde o colono com sua família plantavam, colhia, produzia e  comercializava, como nos núcleo coloniais , onde o colono produzia artigos manufaturados e os comercializava,  havia então poucos  patrões e empregados. Não ocorrendo este tipo de relação de produção, inicialmente, eram donos de pequeno capital e do produto do seu trabalho.
A situação foi modificada pela introdução da figura do comerciante. É através das casas comerciais que se dá a acumulação de capital. Os comerciantes fazem o intercâmbio de produtos diversos, levados a casa comercial pelo produtor. Tanto na compra realizada com o produtor, como na venda realizada com os compradores, o comerciante aufere lucros. Os comerciantes pagavam preços vis pelos produtos, adulterando-os (como no caso do vinho) e os revendiam por preços compensadores. Agiam como uma casa bancária adiantando
Um estudo realizado sobre a origem do capital aplicado na indústria comprovou que este provinha do comércio. Do comércio derivou-se a indústria e com este surgiu um novo modo de produção. É interessante observar que foram  os produtores que se organizaram inicialmente e não os operários.
As empresas tinham pequeno número de operários e um sistema paternalista. O patrão tornou-se o padrinho dos filhos dos empregados e o financiador das casas de alguns operários.
O pequeno e disperso número de operários, mais aprendizes que operários, impediu sua organização. Nas duas primeiras décadas do século XX não há registros de movimentos paredistas ou reivindicatórios nos jornais do período são noticiados alguns movimentos em empresas, o que indica o inicio de sua organização. O primeiro movimento com registro foi os dos tanoeiros, já no final da República Velha, quando existe  um movimento classista   nacional.
Os tanoeiros eram na sua maioria estrangeiros, portugueses  e italianos, a maior parte dos primeiros  que vinham do  nordeste brasileiro portavam  uma ideologia diversa  da dos operários locais.Eles já  conheciam as organizações internacionais dos trabalhadores bem como o movimento nacional. Não se deve esquecer que também  entre os operário italianos havia alguns que  tinham consciência de classe, como é o caso,dos fundadores do lanifício São Pedro  que eram naturais de Biela(Itália) e que  haviam participado  de uma greve naquele lugar.  
Os tanoeiros portugueses  de certa foram  organizaram  o movimento operário local. Não é possível afirmar que os operários caxienses não se organizariam sem a intervenção dos tanoeiros portugueses ,mas com eles  a organização a partir de do movimento cresceu.
 Para o fraco movimento operário local próprio contribuíram o tipo de relações de produção  instalado nas antigas colônias; a origem estrangeira do grupo e a consequente falta de  integração com os operários do estado>outro fatos decisivo foi a expulsão  de italianos considerados perniciosos à região no início da colonização.
De acordo com os depoimentos de antigos líderes sindicais (cuja longevidade é espantosa) foi o exemplo dos tanoeiros que levou o grupo de operários caxienses a se organizar. Os organizadores da ação dos tanoeiros eram socialistas, isto se evidencia tanto de declarações de testemunhos do movimento, como nos discursos que as atas registraram. Ao organizar o movimento grevista, e  tendo conseguindo a redução de jornada de trabalho para 8 horas e outras vantagens salariais, os tanoeiros representavam na região o início  do movimento livre dos operários .
O movimento dos tanoeiros não se limitou ao município, constatou-se que o mesmo ocorreu em Bento Gonçalves, onde o elemento luso dominava entre os associados da associação.Nessa cidade o movimento não teve êxito, pois se desencadeou num momento em que havia grande número de barris prontos. Este excedente permitiu que a Sociedade Vinícola (empresa que empregava os tanoeiros) fizesse frente aos paredistas, não  tendo atendido às suas reivindicações





sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013



 A FESTA É UMA EMPRESA




 Getulio Vargas o mais atilado dos governantes do Brasil foi chamado de aprendiz de feiticeiro por algum motivo, Quando percebeu a força explosiva do carnaval carioca  popular o institucionalizou. Ao criar um carnaval oficial conseguiu em pouco tempo terminar com as manifestações populares que poderiam prejudicar a paz da ditadura. Só muitos anos depois ressurgiram os blocos dos sujos.
Quando a primeira Festa da Uva foi realizada na Praça Dante começava o governo de Vargas que se prolongou por uma década e meia. A comissão organizadora pensou em fazer uma festa para comercializar os produtos da então chamada colônia. Era um grupo de moradores da cidade e que estavam distantes do trabalho agrícola. A época escolhida foi a da colheita da uva, época imprópria para os colonos que estão superocupados. Outro foi o modo de pensar foi das comissões da Festa do Vinho e da Festa do Vinho Novo que pensaram  nos agricultores , passaram a ser  realizadas no mês de julho quando o trabalho na colônia é menor.
A Festa da Uva era uma festa de cidadãos da cidade para melhorar o desempenho econômico regional, apelando para a beleza da mulher da região para aumentar a venda de produtos. O papel das rainhas e das vindimeiras era mais importante do que em geral se pensa.  Então o vinho e a uva eram importantes para Caxias, a exportação de vinho era das mais  maiores do município. Mas o tempo passou. Caxias perdeu as regiões produtoras de uva para Flores da Cunha e Farroupilha e, aos poucos, a indústria metalúrgica foi aumentando seu espaço na economia regional. Enquanto em Bento Gonçalves as indústrias tradicionais (móveis, alimentos e vinho) mantiveram sua liderança. Ainda assim, durante alguns, anos a Festa da Uva foi um sucesso. Realizada no Centro da cidade, estava mais perto da população e da sua realidade sócio econômica.
Para compensar a perda do poder econômico do setor vinícola foi criada junto à Festa uma Feira industrial.Claro indício  de que a uva não dava mais conta dos seus  objetivos,ou seja de fazer propaganda da economia regional. Por outro com o correr dos anos tem havido uma redução na produção da uva, e o fechamento inexorável de empresas vinícolas.
 Quando a Festa da Uva se tornou uma empresa as mudanças foram ainda mais profundas. A população não ama as empresas que em geral, que visam o apenas o lucro. A empresa responsável pela Festa também visa o lucro, como qualquer empresa capitalista. O lucro não entusiasma aqueles que dele não podem usufruir Mais do que isso é uma empresa eminentemente política, portanto com vínculos partidários. A política longe de unir, ao contrário tende a desunir a população. Em pesquisa realizada em 2010 constatou-se que a população não se sente ligada afetivamente à Festa da Uva.
Como empresa a Festa começou cobrar tudo: o ingresso, o estacionamento, os lugares nas arquibancadas do desfile e os shows A Festa começou a ser um evento turístico e como tal buscou os participantes em vários lugares do Brasil notadamente em São Paulo e na Baixada Fluminense que aproveitam  o evento para fazer um circuito pela Serra Gaúcha.
A verdade é que a Festa tende a se repetir.  Tornou-se um verdadeiro camelódromo sem novidades e inovações. Local de venda de produtos, de tal forma que o que atrai o público local aos pavilhões são os shows. Faz tempo que deixou de ser a segunda maior festa do Brasil.
Assim ao ser oficializada a empresa a Festa da Uva (como Getúlio fez com o carnaval) ela perdeu seu vínculo popular. Infelizmente não há muito a fazer além melhorar os shows.

Loraine Slomp Giron – Historiadora
Twitter: @loslomp



SOBRE GAYS, LÉSBICAS E SIMPATIZANTES

             Em meus tempos de criança, a melhor informante para assuntos sexuais era a parteira. Dona Clélia, a parteira de minha mãe (que era chamada de cegonha) contava histórias escabrosas sobre adultérios, incestos, crianças nascidas com defeitos entre  outros.Enfim,  histórias que eu ouvia sem entender.As histórias (verídicas) variavam desde  criança nascida com feitio de peixe até crianças nascidas com os dois sexos.Naqueles tempos os hermafroditas  eram chamados de fenômenos, ninguém falava ou pensava em cirurgia.Assim o pobre mortal era obrigado a viver da forma como nasceu. Em geral se vestiam de forma diferente, com longos vestidos e tamancos. Em lésbicas nunca ouvi falar, já os homossexuais (existiam muitos) eram mal vistos e apontados na rua.Mas, nem sempre foi assim
Houve tempo em que  tribos de nativos do Brasil, os homossexuais  eram bem aceitos. Os homens que gostavam de homens e mulheres que gostavam de mulheres ocupavam-se com as tarefas do sexo de escolha e preferência. As lésbicas acompanhavam os  homens nas caçadas e os gays ficavam na taba com as mulheres.Ninguém era punido por suas preferências sexuais.
            Na Antiguidade Clássica o homossexualismo era uma constante, basta lembrar-se dos poemas de Safo: Nove são as Musas, dizem alguns; que descuido! Ora, Safo de Lesbos é a décima.   Foi daí que se originaram as palavras lésbica e lesbianismo. Sem se esquecer dos amores de Sócrates por Alcebíades, de Alexandre por Heféstion  entre tantos outros. O caso de amor mais famoso foi o de Antinoo pelo imperador Adriano. Quando se aproximava dos vinte anos Antinoo  afogou-se  por temer velhice e com ela  a perda  do  afeto de seu amado.  Adriano nunca se recuperou dessa perda.
Outra foi à postura do monoteísmo judaico, há algumas citações claras no Levítico contra o homossexualismo. O cristianismo aceitou a visão bíblica e a homossexualidade passou a ser não só discriminada, como punida. Considerada como doença ou pecado ela caiu no ostracismo.
 As religiões  reencarnacionistas, não discriminam as preferências sexuais. O kardecismo (acredita que em cada reencarnação o sexo conserva o caráter inerente ao sexo que acabou de deixar),bem como  o candomblé  e as religiões.Alguns cientistas como  Freud não condenaram a homossexualidade.
Fiquei surpresa e de certa forma feliz, por saber do casamento de dois casais homossexuais que foram realizados no dia 8 de fevereiro último , em Caxias. Parece que os tempos de caça as bruxas terminou (será mesmo?) quando os gays eram mortos e perseguidos Não há dúvida, os costumes sociais mudam com os tempos. É impossível negar a existência da transexualidade e da homossexualidade. Hoje os homossexuais se orgulham de suas escolhas, por outro lado, a aceitação pela lei de um novo fato social faz parte dos fundamentos da democracia. A lei segue a sociedade e não o inverso. Não há o que discutir.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


UM  PAPA HUMANO


A notícia da renuncia do Papa Bento XVI pegou o mundo de surpresa em pleno  domingo de Carnaval.  Mas não  era para tanto, afinal ele deixara entrever que poderia   renunciar,fato raro que só ocorreu há  600 anos com  Gregório XII (1406-1415).
A vantagem (e das poucas) de viver muito é vivenciar a história e poder opinar sobre ela.   Assim pude acompanhar a ação dos últimos cinco papas e possivelmente de um sexto. E não há dúvidas que foram ações diversas e diferentes posições ideológicas que merecem ser conhecidas.
O Papa Pio XII(1939-1958) viveu num período difícil da Segunda Guerra era nobre, frio e distante. Dele se falou muito após o fim da Guerra por suas ações pró Eixo. Seu sucessor foi João XXIII (1958-1963), velho revolucionário e  Patriarca de Veneza.  Convocou o Concilio Vaticano II que pretendia renovar a Igreja, aceitou a doutrina nascida em Puebla: a Teologia da Libertação.
Seu sucessor  foi Paulo VI (1963 1978) que  teve ação dúbia. Foi uma espécie de Hamlet a frente da Igreja. Sem querer negar seu antecessor recuou dos avanços propostos, mas ainda assim levou até o fim o Concilio. João Paulo I (3 a 28 de setembro de 1978) outro Patriarca de Veneza trouxe nova luz ao Vaticano II. Com ideias novas e revolucionárias parecia seguir a rota de João XXIII. Infelizmente logo morreu (ou foi morto?).
Com (São )João Paulo II (1978- 2005) foram 27 anos de constante uso da mídia. Nunca houve comunicador melhor, nem Papa mais reacionário, que o polonês Wojtyła.  Fez retornar  velhos ritos  a  antigas tradições . Sempre apoiado pelo Prefeito  do Santo Oficio,  cardeal alemão Joseph Alois Ratzinger  que expurgou a Igreja dos seguidores da Teologia da Libertação,mergulhando-a em uma crise que está longe de terminar. Acabou sendo  sucessor de  João Paulo II   como Bento XVI( 2005 -2013).  
Depois de 34 anos do papado nas mãos de não italianos ,os especialistas se arriscam o nome de Dom  Ângelo Scola, arcebispo de Milão( que já foi Patriarca de Veneza) .Indicam também  o canadense Dom Marc Ouellet e Dom Gerhard Ludwig Müller( atual prefeito do Santo Ofício ). Eles  lideram as bolsas de apostas, deve-se lembrar de que nem sempre o favorito é o vencedor.
De qualquer forma cabe destacar que Bento XVI ao renunciar  presta um favor aos fiéis católicos que assim não terão que presenciar mais longa agonia pública (como aconteceu com a de João Paulo II). O Papa revela que é humano sujeito como todos os mortais a velhice e ao cansaço, e com isso dá provas de  humildade e desprendimento. Os católicos deveriam ficar felizes pela  sua decisão .
Loraine Slomp Giron – Historiadora
Twitter: @loslomp Blog: http://historiadaqui.blogspot.com.br/







sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013


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SOBRE  O DINHEIRO ALHEIO
 
Um dia eu descia do ônibus na Universidade quando vi um antigo Reitor aos berros dando pontapés no trevo de acesso, situado defronte do bloco na entrada do Campus. Naquela época, eram funcionários da casa que faziam o serviço. Perguntei a eles o que estava acontecendo. Responderam “Ele não gostou do trabalho. È a terceira vez que refazemos este calçamento”.
Um determinado Secretário da administração recém-finda mandou cercar parte do mato Sartori, como não gostou do resultado mandou derrubar a cerca e fazer outra. A derrubada da cerca eu presenciei, em uma das minhas deambulações pela cidade.
Garanto que em suas casas com seu próprio dinheiro, nem o Reitor nem o Secretário teriam feito tantas  experiências  estéticas.O bolso não dói quando o dinheiro  vem dos alunos ou dos contribuintes.Fiquei pensando com meus botões que é extremamente fácil gastar o dinheiro alheio.
Há outras formas de desperdiçar o dinheiro dos contribuintes. Uma delas é pagar abusivos aluguéis, quando a Prefeitura é dona de tantos terrenos na cidade. Deve haver algum motivo pelo qual algumas instituições preferem pagar aluguel em lugar de investir em construções. Lembro que a Prefeitura em 1975 ocupava dois pequenos prédios onde hoje está o Museu Municipal. Quando se mudou para o antigo pavilhão da Festa da Uva na Rua Alfredo Chaves, falou-se que o problema estava resolvido. Nele se abrigaram todas as secretárias e a Câmara de Vereadores.
Claro que a cidade cresceu, mas creio que cresceram bem mais as secretarias e os cargos em comissão. Coisas da política! Hoje as secretarias vicejam em mais de vinte prédios alugados (segundo meus cálculos) ou mais. Não há dados precisos no site da Prefeitura, os aqui apresentados se referem ao ano de 2012. Segundo um Secretário a Prefeitura gastaria nada menos de R$536.000 por mês em locações, o que totalizaria por ano nada menos que R$128.300 mil reais. Segundo a mesma fonte, ele desconhecia o total que era gasto, pois havia locações com valores menores.Deve ser coisa pouca apenas mais alguns milhares de reais. . Isso para um orçamento de R$ 1.177.632.010,00.  Enfim, é fácil gastar o dinheiro alheio!
Entre os princípios constitucionais que devem orientar a atividade público-administrativa o basilar é o da moralidade administrativa na vida pública que deve guiar a democracia. O principio ganhou força no final do século XX, sendo ele que assegura o  arcabouço da Lei Maior . A administração pública deve ser como a mulher de Cesar não basta ser honesta, ele deve parecer honesta. Não é preciso ser ilegal ela deve ser moral e legitima.
Não estou afirmando que os aluguéis pagos pela Prefeitura são ilegais. Não  me cabe  fazer tal juízo. O que não resta dúvida e eu tenho certeza é que mais de 10% do orçamento municipal é gasto em locações. Ainda que a população seja compreensiva (como quer um atual administrador) eu continuo com dúvidas. Não seria justo repensar tal aplicação das verbas públicas?

Loraine Slomp Giron – Historiadora
Twitter: @loslomp Blog: http://historiadaqui.blogspot.com.br/