UM
PAPA HUMANO
A
notícia da renuncia do Papa Bento XVI pegou o mundo de surpresa em pleno domingo de Carnaval. Mas não
era para tanto, afinal ele deixara entrever que poderia renunciar,fato raro que só ocorreu há 600 anos com Gregório XII (1406-1415).
A
vantagem (e das poucas) de viver muito é vivenciar a história e poder opinar
sobre ela. Assim pude acompanhar a ação dos últimos cinco
papas e possivelmente de um sexto. E não há dúvidas que foram ações diversas e diferentes
posições ideológicas que merecem ser conhecidas.
O Papa Pio XII(1939-1958) viveu num período difícil da Segunda Guerra era
nobre, frio e distante. Dele se falou muito após o fim da Guerra por suas ações
pró Eixo. Seu sucessor foi João XXIII (1958-1963), velho revolucionário e Patriarca de Veneza. Convocou o Concilio Vaticano II que pretendia
renovar a Igreja, aceitou a doutrina nascida em Puebla: a Teologia da
Libertação.
Seu sucessor foi Paulo VI (1963
1978) que teve ação dúbia. Foi uma
espécie de Hamlet a frente da Igreja. Sem querer negar seu antecessor recuou
dos avanços propostos, mas ainda assim levou até o fim o Concilio. João Paulo I
(3 a 28 de setembro de 1978) outro Patriarca de Veneza trouxe nova luz ao Vaticano
II. Com ideias novas e revolucionárias parecia seguir a rota de João XXIII.
Infelizmente logo morreu (ou foi morto?).
Com (São )João Paulo II (1978- 2005) foram 27 anos de constante uso da
mídia. Nunca houve comunicador melhor, nem Papa mais reacionário, que o polonês Wojtyła. Fez retornar velhos ritos
a antigas tradições . Sempre
apoiado pelo Prefeito do Santo Oficio, cardeal alemão Joseph Alois Ratzinger que expurgou a Igreja dos seguidores
da Teologia da Libertação,mergulhando-a em uma crise que está longe de terminar.
Acabou sendo sucessor de João Paulo II
como Bento XVI( 2005 -2013).
Depois de
34 anos do papado nas mãos de não italianos ,os especialistas se arriscam o
nome de Dom Ângelo Scola, arcebispo de
Milão( que já foi Patriarca de Veneza) .Indicam também o canadense Dom Marc Ouellet e Dom Gerhard Ludwig
Müller( atual prefeito do Santo Ofício ). Eles lideram as bolsas de apostas, deve-se lembrar
de que nem sempre o favorito é o vencedor.
De qualquer
forma cabe destacar que Bento XVI ao renunciar presta um favor aos fiéis católicos que assim
não terão que presenciar mais longa agonia pública (como aconteceu com a de João
Paulo II). O Papa revela que é humano sujeito como todos os mortais a velhice e
ao cansaço, e com isso dá provas de humildade
e desprendimento. Os católicos deveriam ficar felizes pela sua decisão .
Loraine Slomp
Giron – Historiadora
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