segunda-feira, 17 de novembro de 2014

NOVO TEMPO





Igreja Católica só reconheceu a existência de movimentos sociais após o Concilio Vaticano II (1962-1965) convocado pelo Papa João XXIII. Antes os papas se comunicavam apenas com os chefes de Estado ,fossem eles quem fossem  .Assim eram recebidos ditadores e assassinos,bastando para isso que estivessem chefia  de uma nação( fosse imposto ou eleito).
No passado, pretendendo ser neutra a Igreja foi um instrumento de poder para os mais ricos. Com o Concilio e  as conferencias de Medellín e de Puebla nascia uma igreja  para todos,voltada  para a fome do mundo e para os pobres.Mas nem tudo correu como o desejado.
O santo João Paulo II foi um dos papas que mais se valeu do poder da Igreja para influenciar o mundo. Tanto na queda do comunismo como no recuo da Teologia da Libertação. Julgava ele que esse era a origem dos males do mundo. Vencidos o comunismo e a Teologia uma realidade se impôs, a miséria continuava soberana no mundo.
Tudo mudou com a eleição do Papa Francisco, homem do fim do mundo, como ele mesmo se chamou. Em dezembro de 2013 foi convocado pelo Vaticano o simpósio As emergências dos excluídos, dele participaram dele representantes dos movimentos sociais da América Latina. Como decorrência daquele simpósio foi convocado e realizado o Encontro Mundial de Movimentos Populares, nos dias 27, 28 e 29 de outubro passado. Foram convidados os líderes do MST e Via Campesina, representantes da Central de Movimentos Populares, Levante Popular da Juventude, Coordenação Nacional de Entidades Negras,  Central Única dos Trabalhadores Movimenta de Mulheres Camponesas e até um índio Terena.  Compareceram mais de cem líderes de movimentos sociais, trinta bispos e cinquenta agentes pastorais. Eu Morales foi um dos participantes (não como presidente da Bolívia) como líder indígena que foi dos plantadores de coca de seu país. Por sinal ele é o primeiro presidente indígena da América, advindo de movimentos sociais.
O evento teve como objetivos apresentar o pensamento social do Papa Francisco, elaborando uma síntese da sua visão dos movimentos populares, e sobre a crescente desigualdade social e exclusão, bem como refletir sobre a organização dos movimentos populares, propondo alternativas para enfrentar os problemas causados pelo avanço da miséria no mundo.
Pela primeira vez na história da Igreja que um papa convocou líderes de movimentos sociais para um encontro. Não há dúvidas é um novo tempo no Vaticano, uma aurora de mudanças. O Papa afirmou no Encontro: “Quando eu falo de terra, teto e trabalho dizem que o papa é comunista.” O Papa pode não ser comunista, mas não há dúvida é o mais avançado de todos os papas. 



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