Igreja Católica só reconheceu a existência de movimentos
sociais após o Concilio Vaticano II (1962-1965) convocado pelo Papa João XXIII.
Antes os papas se comunicavam apenas com os chefes de Estado ,fossem eles quem
fossem .Assim eram recebidos ditadores e
assassinos,bastando para isso que estivessem chefia de uma nação( fosse imposto ou eleito).
No passado, pretendendo ser neutra a Igreja foi um
instrumento de poder para os mais ricos. Com o Concilio e as conferencias de Medellín e de Puebla
nascia uma igreja para todos,voltada para a fome do mundo e para os pobres.Mas nem
tudo correu como o desejado.
O santo João Paulo II foi um dos papas que mais se valeu
do poder da Igreja para influenciar o mundo. Tanto na queda do comunismo como
no recuo da Teologia da Libertação. Julgava ele que esse era a origem dos males
do mundo. Vencidos o comunismo e a Teologia uma realidade se impôs, a miséria
continuava soberana no mundo.
Tudo mudou com a eleição do Papa Francisco, homem do fim
do mundo, como ele mesmo se chamou. Em dezembro de 2013 foi convocado pelo
Vaticano o simpósio As emergências dos excluídos, dele
participaram dele representantes dos movimentos sociais da América Latina. Como
decorrência daquele simpósio foi convocado e realizado o Encontro Mundial
de Movimentos Populares, nos dias 27, 28 e 29 de outubro passado. Foram
convidados os líderes do MST e Via Campesina, representantes da Central de
Movimentos Populares, Levante Popular da Juventude, Coordenação Nacional de
Entidades Negras, Central Única dos Trabalhadores Movimenta de Mulheres
Camponesas e até um índio Terena. Compareceram mais de cem líderes de
movimentos sociais, trinta bispos e cinquenta agentes pastorais. Eu Morales foi um dos participantes (não
como presidente da Bolívia) como líder indígena que foi dos plantadores de coca
de seu país. Por sinal ele é o primeiro
presidente indígena da América, advindo de movimentos sociais.
O evento teve como
objetivos apresentar o pensamento social do Papa Francisco, elaborando uma
síntese da sua visão dos movimentos populares, e sobre a crescente desigualdade
social e exclusão, bem como refletir sobre a organização dos movimentos
populares, propondo alternativas para enfrentar os problemas causados pelo
avanço da miséria no mundo.
Pela primeira vez
na história da Igreja que um papa convocou líderes de movimentos sociais para
um encontro. Não há dúvidas é um novo tempo no Vaticano, uma aurora de mudanças.
O Papa afirmou no Encontro: “Quando eu falo de terra, teto e trabalho dizem que
o papa é comunista.” O Papa pode não ser comunista, mas não há dúvida é o mais
avançado de todos os papas.
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