sábado, 1 de novembro de 2014

ÓDIOS


            





Muitas vezes se fala odeio tal pessoa, ou odeio isso e aquilo. Na verdade é apenas uma hipérbole. Figura de linguagem que significa exagero. Exagerar faz parte do psicodrama diário em que se vive e serve para expurgar fantasmas e tristezas. Há qualquer coisa de profundo no pensamento deeramn  Herman   Hermann Hesse quando diz: ”Quando odiamos alguém, odiamos em sua imagem algo que está dentro de nós.” O que significa que se odeia outro o que existe em nós de ruim.
Poucas vezes conheci o ódio verdadeiro, aquele definido em dicionário como: “Sentimento de profunda inimizade; paixão que conduz ao mal que se faz ou se deseja a outrem. Ira contida; rancor violento e duradouro.”.
No sábado passado, véspera do segundo turno, tive o desprazer de vivenciar a ira e o rancor mais profundo em um ser humano. Passávamos pela Rua Pinheiro Machado, na altura da Rua Coronel Camisão, eu de carona com meu filho com a bandeira da Dilma flutuando sobre o carro. Quando fomos abordados por um cidadão que passava de bicicleta bem do ao lado do carro. Ele  
começou a vociferar afirmando que meu filho não tinha direito de levar a bandeira de ladrões e que ele não tinha moral por apoiar tal bandida, que defendia o assassinato! Fiquei agredida pela ira que existia no coração daquele ser. Nunca tinha visto o ódio em pessoa. Foi algo horrível! Como é possível em uma democracia odiar um candidato a um cargo eletivo que nunca lhes fez mal.

Em outros tempos quem merecia o ódio eram os judeus e os não católicos em geral. Mais tarde, mais ódios, agora contra os afrodescendentes nos USA e na União Sul Africana. Quem não se lembra do holocausto?Fruto do ódio aos judeus.
Após a Segunda Guerra foram os comunistas os grandes perseguidos e mortos. Veja o que foi feito no Chile, na Argentina e no Brasil. Agora no Brasil o bode expiatório tem nome: é o PT. Tudo é culpa dele. Os culpados se eximem de suas próprias culpas. Desta maneira sempre há alguém para culpar pela situação geral, da qual todos somos responsáveis. Fica mais fácil delegar  culpas e responsabilidades,não é mesmo?
Na verdade o que se assiste hoje é um pais dividido pela ideologia. Uma divisão sem lógica e irracional. As eleições do segundo turno ratificaram tal divisão. Diz um articulista  que é uma luta de classes. Eu diria que é uma guerra de modelos. Quem acredita num país para os ricos discorda dos que querem um país para todos, com os pobres incluídos pelos programas sociais. O resto é conversa. Rancores à parte penso em Martin Luther King, tão odiado que foi assassinado, quando diz: ”Tenho visto demasiado ódio para querer odiar”. Seria bom pensar nestas palavras!






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