terça-feira, 11 de agosto de 2015

EBERLE
















Na região, durante mais de oitenta anos, o nome Eberle mais do que uma marca foi uma grife. Hoje pouco lembrado, já foi sinônimo de alta qualidade, de bons produtos e de beleza.
A Metalúrgica que levava este nome teve inicio em 1884 quando uma jovem chamada Luiza Eberle, sendo mais conhecida como de Gigia Bandera, ou seja, em bom português Luizinha, a funileira. Ela tinha vindo com seu marido e filhos de Mont Magrê (Vicenza) na Italia, onde exercia sua profissão em uma fábrica. O marido preferia a agricultura. Assim quando chegou à colônia Caxias, Giuseppe foi trabalhar em seu lote rural na VII Légua, enquanto Gigia trabalhava em sua funilaria no centro do núcleo colonial. O arranjo deu certo e durante anos os esposos só se viam nos fins de semana. Para auxiliar na criação dos filhos havia a sogra, tal arranjo durou até 1896, quando Giuseppe decidiu que era hora de Gigia  voltar para casa. Ainda assim a funilaria permaneceu na família, pois foi vendida para o filho Abramo que então  tinha 16 anos. Ele continuou com o trabalho da mãe ampliando o empreendimento que se tornou a maior indústria metalúrgica da América Latina. Na Metalúrgica se produziam talheres, artefatos para cavalos, como selins, arreios, chicotes, artigos religiosos  entre outros. Em 1939 passou a produzir  até motores elétricos, participando do esforço de guerra do Brasil durante a Segunda Guerra(1939-1945).
Mas o tempo passou, Abramo morreu. Seus filhos levaram a empresa adiante criando novas empresas, tornando-a uma sociedade anônima. Logo chegou a vez dos netos que não tiveram competência ou interesse em levar a empresa adiante. Foi um desastre administrativo. Os netos seguiram vivendo bem afinal o capital gerado pela Eberle foi grande, mas a empresa acabou. Foi vendida e fechada. Hoje restam alguns dos vários prédios que fizeram parte do seu complexo industrial, que mais do que uma indústria foi um celeiro e marco primeiro do polo metal mecânico de Caxias.
Agora no município se fala em como aproveitar os prédios da Eberle. Ninguém pediu minha opinião, mas ainda assim gostaria de sugerir a criação e a organização de um museu da indústria metalúrgica.

 Com a demonstração e a produção de alguns dos objetos que fizeram da Eberle conhecida por sua qualidade. Seria importante fazer um arrolamento do que sobrou das máquinas originais e partir daí montar um projeto inovador, como os que existem em Munique, por exemplo, que tem o maior museu tecnológico do mundo. Não seria uma bela maneira de lembrar a origem da riqueza de Caxias?Bastaria buscar parceria com as metalúrgicas que hoje garantem a manutenção do que foi iniciado pela Eberle. Poderia ser um museu vivo onde a produção fosse realizada diante dos visitantes. Não seriam necessários altos fornos, bastaria a matrizaria para a confecção de artigos simples como talheres. Há muito material que foi doado ao Museu Municipal e muito se encontra nas antigas fábricas. Custaria pouco fazer um belo projeto, recursos para isso existem. Basta saber busca-los. Fica a sugestão!

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