sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

MAIS FEIO DOS NATAIS



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            Fico  lembrando os oitenta natais que já vivi, há lembranças de todo tipo, sendo o Natal festa de rememoração  nela tudo pode acontecer. Há saudades, tristezas, brigas e até alegrias de todo tipo Por fim , o Natal é tempo também de aprendizado . Há lições, pois por mais que se viva sempre é tempo de aprender. Nisto tudo o nascimento de Jesus parece que tem pouco a ver.
            Mas afinal o  centro  das celebrações  natalinas é o nascimento de Jesus e sua representação simbólica o presépio. O pinheirinho tem a ver com a fé germânica, enquanto o Papai Noel é americano de origem. Na Europa era São Claus.  Enfim originários  de vários  costumes natalinos ,os cultos natalinos vem  de  países cristãos com crenças   e modos diversos entre si.
            Em Forqueta quando eu era pequena não havia celebrações natalinas na Capela, onde havia apenas uma missa por mês. Mas na minha casa havia um pavoroso Papai Noel e muitos presentes. Anos depois em Caxias havia a Missa do Galo a qual  toda a população comparecia. Era realizada a meia noite mesmo, nestes tempos a cidade que era calma, não era enfeitada, apenas havia presépio da Catedral e nas casas familiares. Não havia luzes nem enfeites. Os presentes já existiam, mas eram reduzidos.  Nos tempos da infância da minha mãe, ou seja, no começo do século XX, os presentes eram distribuídos no dia 6 de janeiro Festa dos Reis Magos,costume perdido.
            A decoração da cidade começou na década de cinquenta, com o pinheirinho colocado na Praça. Na década de setenta começou a iluminação da cidade na Julio. Mais uma das muitas influencias norte americanas.  Nunca houve muita beleza na decoração da cidade, mas  esta atingiu seu ápice na década de noventa, com a participação do comercio lojista (CDL). Houve um ano em que houve até um concurso de decoração das casas e edifícios, mas isto foi no fim do século, período de euforia econômica. Nunca a  cidade ficou mais linda do que então.
            Este ano foi batido o recorde quase secular de feiura  na decoração natalina, com fantasmas dependurados no pinheirinho  fingindo de anjos  e alguns pinheiros artificiais  tortos colocados no   meio do chafariz sem água. Segundo se diz quebrado e sem verba para seu  conserto. Pobreza completa, como a decoração da Forqueta. O centro da cidade está tão triste e tão feio como nunca. As calçadas estão sujas de excrementos de pássaros, as pombas comem enlouquecidas as plantas e as flores nelas  plantadas. Periodicamente se tem a noticia da pretensão da administração em erradicar as pombas, mas elas continuam mais fortes que as pretensões.  As pombas são o símbolo da inépcia das administrações municipais.  Que triste  annus horribilis!





sábado, 17 de dezembro de 2016

FIDEL & CHE


            



Quem morre jovem vira mito e herói, já quem vive demais fica desgastado pelo tempo. È o caso de Che Guevara e de Fidel Castro. Um viveu de menos outro viveu demais. Interessante observar como a história registrou a vida de um e de outro. Ernesto Che Guevara foi figura menor na revolução cubana.  Guevara entrou tarde e saiu cedo da cena, argentino, portanto estrangeiro em terras cubanas. Em busca de uma revolução mundial tentou semea-la na África e na América. Acabou sendo assassinado na Bolívia, na força da idade, aos39 anos. Sua figura cheia de beleza e carisma passou a decorar os quartos dos jovens idealistas e a enfeitar as muitas camisetas pelo mundo afora. Não há astro do rock nem de qualquer outra área que tenha sido tão presente como Che, no mundo dos jovens de uma ou mais gerações. Um fenômeno único de marketing.
            Fidel Castro líder da Revolução Cubana homem grande não teve o mesmo impacto que o jovem Che sobre os jovens. Dado ao planejamento de uma revolução e a criação de um governo socialista a 90 quilômetros da costa dos Estados Unidos realizou o sonho de uma geração. A ilha de Cuba que a máfia norte americana, era possesão da United Fruit Company durante parte dos séculos XIX e XX dominou o Caribe como um todo.  Ele descolonizou o Caribe.
            Foi o responsável pela descolonização de Cuba. Descolonização é o processo por meio do qual um país deixa de ser colônia de outro. O Brasil deixou de ser colônia de Portugal em 1822,mas no século XX muitos países ainda eram colônias.  Cuba desejava sua libertação dos USA, dai a ação de Fidel Castro que com um grupo de 80 jovens invadiu a ilha e depois de muita luta tomou o governo de Cuba. Foi esforço heroico. A Revolução Cubana deu inicio de um processo de descolonização que se estendeu pela África e Ásia terminando com os últimos impérios coloniais da França e da Inglaterra naqueles continentes.
            Tomado o poder instalou um regime socialista, sem eleições diretas. Durante quase meio século, ou seja, entre 1959 e 2008 Castro governou o país, quando renunciou em favor de seu irmão Raul Castro. A ditadura castrista contava com o apoio de parte da população ,mas muitos anti castristas  emigraram para os Estados Unidos no inicio da  a década de sessenta. Foi um líder corajoso, fez reformas sociais de monta na saúde e na educação, mas o país foi pelo um bloqueio severo dos USA. Nunca poderá ser acusado de democrata. Com o tempo ficou famoso pelos seus discursos intermináveis. Representou o ideal de uma época Disse ele: É preferível morrer pelo fogo, em combate, a morrer em casa, pela fome. “ Morreu de velhice!






segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

BYE BYE PARIS



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             Quem já conheceu Paris já não a reconhece. Quem não a conheceu jamais saberá como era a cidade luz, a cidade cidadã, e a cidade da cortesia. Paris era tudo isto e muito mais. As imensas livrarias do Boulevard Saint Michel,nas proximidades da Sorbonne, seus maravilhosos cafés, nada disso existe mais. Hoje os parisienses estão mal humorados, os turistas não são bem tratados e a cortesia sumiu.
            Hoje Paris é uma cidade suja. Uma cidade amedrontada ,onde a segurança extrema dificulta até a mobilidade urbana .Para ir os museus se enfrenta filas quilométricas, tendo as bolsas abertas e examinadas e o corpo passado por detector de metais em cada loja .Uma sensação desagradável de medo e de crise. A crise geral do sistema, que empesta o mundo.
            Outra coisa que parece ter sumido é o orgulho pela língua. Os franceses cultuavam sua língua e o turista era corrigido em sua pronuncia, hoje o turista é recebido em inglês. Onde fica a francofonia?  A nova língua que substitui o latim como linguagem universal é o inglês.
            O que mais impressiona que não seja a sujeira e as revistas constantes,é a ausência de europeus .É impressionante a mudança do perfil das pessoas nas ruas, sem consultar dados ,mas apenas com um olhar se verifica que os europeus estão se tornando minoria.Há chineses, japoneses, coreanos e árabes das mais diversas etnias entre os asiáticos. Há africanos de todos os matizes e cores. Ao que tudo indica, os três grandes grupos étnicos se equivalem. Os africanos estão em todas as partes, são eles a base da segurança privada parisiense. Estão aos pares nas entradas de cada loja dos bulevares parisienses.
            Até mesmo a impecável comida francesa esta deixando a desejar. Em primeiro lugar estão os preços estratosféricos, em segundo lugar a redução da qualidade do produto. Para quem viaja com uma moeda desvalorizada como a brasileira, cada água mineral (6 a 9 reais) e cada coca cola (9 a 12 reais) bebida é um sofrimento. Cada entrada no metrô (5 a 6 reais) é uma facada na bolsa.
            Por fim o pior de tudo :a poluição.O pico da poluição ocorrido entre os dias 22 e 26 de novembro fez com que Paris (com uma temperatura de 4 graus abaixo de zero) ficasse coberta por tal poluição que parecia envolta em neblina amarelada,com os espelhos d’água dos parques públicos cobertas de gelo ,com as gaivotas patinando em sua superfície.
            Sempre achei que a melhor parte da viajem era à volta para casa, esta é agora uma verdade maior”.Afinal com o diz Bilac:” A pátria não é a raça, nãoé o meio, não é a política nem a economia, pátria é o idioma criado ou herdado pelo povo.” Em outras palavras:pátria é o Brasil ,não o governo golpista!





PÉROLAS





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            Pérola uma das mais belas palavras da língua portuguesa. Parece que vem do latim clássico perna (ostra). Nem o Google sabe quando as perolas começaram a ser usadas , nem a origem exata da palavra. O Google é a síntese do saber humano, hoje o que não está no Google não existe.Esta é a opinião de muitos internautas,seres humanos comuns em tempo virtuais.  Pérola como tantas outras coisas está no reino das hipóteses. Reino este no qual o homem como ser pensante vive e reina.
               De qualquer forma elas já existiam no Império Romano e na Palestina nos tempos de Jesus , que se refere a elas no evangelho de Mateus (7:6):“Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem.” A frase de Cristo se tornou dito popular  “não dê pérolas aos porcos.” O que significa que não se deve gastar  latim com quem não entende a língua,ou seja não vale a pena gastar tempo e dinheiro com quem não  sabe deles.Mesmo porque o tempo se gasta a si mesmo sem ser preciso fazer qualquer esforço.
            Mas voltando as pérolas, há um tipo de perola, conhecida como pérola gramatical ,tal expressão é usada para designar o uso de palavras inadequadas para determinadas situações. Vocábulos dos quais os pobres vestibulandos ( agora serão eneandos?)tem fornecido exemplos práticos.  Um bom exemplo foi escrito por um  deles :o maior matrimônio (patrimônio)do país é a Educação. “Outra perola agora do ENEM na qual filosofa o aluno:  “Não preserve apenas o meio ambiente e sim todo ele. Cquote2.png
             Outro grupo que tem fornecido pérolas gramaticais são os políticos,mais do isto, tem fornecido cursos inteiros de como enganar a população , além de se enganar com as palavras. George W. Bush pronunciou algumas frases geniais.Lembre algumas: "As pessoas que entram no país ilegalmente estão violando a lei",  "Seria um erro da parte do Senado dos Estados Unidos consentir que saia dessa câmara qualquer tipo de clonagem humana"  e por último "Sei que o homem e os peixes podem conviver pacificamente"..       
            Os vereadores caxienses seguem o exemplo dos outros políticos. Alguns tem abusado do direito  de proferir pérolas .A maior delas se deve   a proposta da OAB/RS de instalar uma CPI da Segurança Publica “Não vai resolver nada buscar os culpados do passado.Precisa resolver daqui para frente” Esta pérola política deve servir de reflexão cuidadosa. Pois ela  significa que o crime de ontem não deve ser resolvido, apenas  os que forem cometidos de amanhã em diante.Mas os cometidos amanhã serão se transformados em crime de ontem , passado o dia da sua ocorrência. Assim nenhum crime merecerá punição.Mundo feliz! Aguardem as perolas de Trump, os ditos de  Obama sempre tiveram humor e bom senso.


UM NOVO BRASIL?








            A igreja Católica no Brasil tem decrescido na medida em que ascendem as religiões evangélicas.  O número de católicos que era de 95 % no censo de 1960, é de em 64,5% em 2014, Os percentuais são muito mais suaves para o entendimento do que os números reais ,nos últimos dez anos cerca de 43 milhões de pessoas deixaram o catolicismo e passaram a seguir os cultos evangélicos. Se houver o mesmo tipo de crescimento daqui a dez anos as religiões evangélicas serão majoritárias ,o que lhes garantirá a maioria absoluta também na representação política.
            Mudanças tão radicaias se devem antes demais nada ao recuo na posição social da Igreja nos últimos 40 anos, tanto com João Paulo II ,bem como com Bento XVI. Cito frei Beto ,que no Correio Riograndense (9/11) que informa ainda que a cada ano no Brasil são abertos 14 mil novos templos evangélicos . Com o Vaticano II a Igreja de abriu seus braços para os pobres, mas com os dois últimos pontífices ela se voltou mais para a política mundial,do que para as necessidades dos fieis.Adotou uma atitude dogmática avessa as antigas ações sociais das comunidades de base e dos movimentos sociais,como o MST. As comunidades evangélicas abrigaram os desvalidos sociais, esquecidos pela Igreja. O Papa Francisco chegou tarde com sua generosa posição, os pobres de Cristo buscaram outro abrigo.  Já os evangélicos se voltaram para uma forma pragmática de auxiliar os que precisam , criando redes de apoio mutuo,voltando-se a crença dos Evangelhos,tanto em suas profecias ,como nos exorcismos.
            Uma coisa é certa, mais e mais a religião avança na política, mas infelizmente não avança do mesmo modo na prática religiosa. Na política ela se torna os evangélicos deixam de ser pragmáticos e se tornam dogmáticas. Enquanto os católicos dogmáticos na pratica são pragmáticos na política.Os evangélicos adotam posições de extrema direita ,passam a considerar a esquerda como o mal do mundo e obra do demônio. O radicalismo político só tem feito mal a frágil democracia brasileira.
            Cristo ao contrario de seus seguidores foi um arauto das mudanças sociais muitas de frases mais diretas se referem à injustiça social.Diz Ele : ’ Tenho compaixão da multidão... “Não têm o que comer” (Mc 8:2).  “Ele disse ainda:” Filhinho, quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que põem a sua confiança nas riquezas!  “É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar o rico no Reino de Deus”. (MT:10:25,26 ).  As religiões se tornaram  reacionárias. Tal contradição que mereceria  estudos .
            Seria bom se o novo Brasil fosse realmente cristão. Muitos católicos e muitos evangélicos se valem do nome de Jesus, mas dele estão distantes.Seria perfeito se os brasileiros se tornassem verdadeiros seguidores de Jesus. Há poucas crenças mais belas do que aquela que prega o amor. Mas há muitas religiões e muitos tipos de fé. (Engraçado fé não flexiona) Como a lembrada por Albert Einstein: "A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia.” Ou como quer Victor Hugo :"A tolerância é a melhor das religiões”. Não será esta a melhor delas?




sexta-feira, 18 de novembro de 2016

OPINIÕES& CIA








            As opiniões são posicionamentos pessoais sobre determinado assunto. Em tempos de liberdade elas são livres, basta que não ataquem a honra ou a moral de outrem. É velho o dito popular que  diz a minha liberdade acaba onde começa a do outro. Há uma diferença entre  o que é   opinião ( doxa) e ciência(episteme).A ciência  precisa de hipóteses e provas, já a opinião  tem  posições e pontos de vista. A opinião não precisa de provas, ela existe e ponto. Isto não significa que a opinião  não possa ser provada,pode sim .Muitas vezes ela é  um insight( compreensão intuitiva ) significativo.
            Em relação a opinião há pouca concordância ,visto que cada um tem a sua.    Para cada vale um a sua própria opinião. Discutir ou brigar por se ter posições diferentes é tolice, quem ainda não descobriu, com certeza descobrirá.  É pior do que botar suspensório em cobra. Dá uma trabalheira danada e o resultado é nulo, pois, cada um se aferra a seu ponto de vista.
            Quando Voltaire afirma: ”Existirá alguém tão esperto que aprenda pela experiência dos outros?” quer dizer que cada um tem suas próprias experiências, cada um tem seus próprios pontos de vista. Dá para imaginar como o mundo seria chato  se todo mundo pensasse da mesma forma .  Benditas são as experiências e as  personalidades diversas, que  cada um  que fique com a sua. Tem razão  Oscar Wilde ao afirmar :”Quando as pessoas estão de acordo comigo,sempre penso que devo estar errado.”Pois, de uma certa foram a  unanimidade preocupa !

            Coisa muito diferente da opinião é o consenso. Consenso é acordo, em geral é a media de várias posições. . Assim foi feita a Constituição dos Estados Unidos uma verdadeira obra prima política. Depois de pronta desagradou a seus signatários, ainda assim é um dos melhores textos já escritos sobre um Estado verdadeiramente democrático. Mas isto não é uma lei,  muitas vezes o consenso pode levar ao engano.

            Muitos leitores discordam das minhas opiniões. Acho justo que pensem de forma diferente da minha. Não só os leitores, mas os homens  em geral  tem  o direito de discordar, não só  que é escrito  ,mas  do que é feito .Das diferenças pode nascer a verdade,como no caso da Constituição Americana. Lá o problema parecia insolúvel, pois metade dos delegados acreditava na escravidão e metade não,ainda assim chegaram num consenso.   Ninguém, mas ninguém mesmo é dono da verdade.

            Voltaire disse uma frase perfeita: Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.  Alias ele é o mais democrata dos pensadores. Há um porém, nem sempre o que dito significa  uma opinião pessoal , algumas vezes são armadilhas lançadas para caçar incautos.   Um boa forma para  julgar as pessoas é   por suas perguntas .De mais a mais como disse  o velho e sábio   Marx:  as pessoas só perguntam quando já conhecem  as respostas.  Não acham uma boa ideia perguntar?


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sábado, 12 de novembro de 2016

PREFEITOS & CAXIAS




         
   Há prefeitos e Prefeitos. Em Caxias como no Rio Grande existe  esta diferença .Os prefeitos são os mestres de obra do município,pensam nos esgotos, na drenagem ,no transporte, enfim  nas obras públicas. Já os Prefeitos tem outra dimensão pensam na cidade humanizada onde vivem pessoas com necessidades, seja educação saúde ou moradia. Os Prefeitos inovam já os prefeitos apenas mantém o status quo, são formas diferentes de governar. 
            Um dos grandes Prefeitos do Estado foi Bernardo de Souza. Eleito por dois mandatos à prefeitura de Pelotas (1983 e 2005) Bernardo Olavo Gomes de Souza (PSB)  foi um dos políticos  mais criativos da história da gaucha. Foi o idealizador da lei antinepotismo e  a do orçamento participativo.Sua experiência  serviu de exemplo para as administrações do PT e outras , nem sempre bem sucedidas. Por sua excelente administração recebeu o prêmio Líderes e Vencedores, na categoria mérito político, e a Comenda Osvaldo Vergara, da Ordem dos Advogados do Brasil. Morreu em 2010, com depressão, praticamente ignorado. Pelotas teve a sorte de ter um prefeito renovador, que com suas medidas serviu para redefinir ações da política estadual e nacional.
            Caxias já teve Prefeitos e prefeitos os segundos mais numerosos que os primeiros. Nem todos os Prefeitos podem ser como Bernardo de Souza, mas se destacam por alguma inovação.  Dos prefeitos antigos dois nomes se destacam o de Peninha e o de Celeste Gobbato.Dos recentes Prefeito foi  Mansueto Serafini Filho (PMBD) que cuidou da água e da cultura.  Pepe Vargas (PT) teve um papel importante na democratização  de políticas da Prefeitura. Suas  decisões democráticas em relação a  ações  da Secretaria de Educação , mereceu até dissertação de mestrado. A experiência mereceria ter continuidade, o que infelizmente não aconteceu.Há alguns outros, mas o espaço é curto!
            A administração de Daniel Guerra (PRB) desponta como uma promessa para melhoria da cidade .A promessa de governar com pessoas  e não com partidos a primeira  vista pareceria alienada.Porem as mudanças  já tiveram   inicio com a inscrição de possíveis candidatos a cargos no executivo municipal. Atitude arrojada que se funcionar vai revolucionar a forma de governar os municípios e quem sabe o estado e o país.
            Nunca é demais recordar que as boas experiências administrativas não deveriam ser descartadas, ao contrario mereceriam ser aprimoradas para o bem de todos. Afinal quem governa uma cidade não governa apenas para seu partido, nem apenas para um núcleo urbano, mas para o bem de toda a população. Muitos confundem a cidade com a população. Vale aqui um conselho de Madame de Stael: ”Um político de gênio, quando se encontra à frente dos negócios públicos, deve trabalhar para não se tornar indispensável.” Afinal, como muitos sabem, o inferno está cheio de gente indispensável.




domingo, 6 de novembro de 2016

CAXIAS & ELEIÇÕES


Antiga Prefeitura Municipal

            O resultado das eleições municipais repercutiu fundo na cidade. As eleições diretas sempre causam alguma surpresa. Elas tiveram inicio em 1946. Antes desta data existia o voto aberto. O  processo  consistia na assinatura do eleitor em  uma lista, de um partido ou de outro. Cada mesa eleitoral podia mudar os resultados do pleito e muitas vezes mudavam mesmo. Falar dos prefeitos caxienses antes desta data é falar mais de manobras e acertos e menos em votação.
            Os partidos políticos eram regionais (estaduais). Cada estado da federação tinha os seus, no Rio Grande do Sul havia  dois partidos  : os federalistas (defensores da agricultura) e os republicanos (defensores da indústria). Eles tomaram vários nomes no decorrer do tempo, e deram origem a pelo menos quatro revoluções (1835, 1892, 1923 e 1930). No RS imperava o PRR (Partido Republicano Riograndense) seguido do Partido Liberal (PL). Como a eleição era aberta, ganhava em geral o PRR, pois detinha o poder estadual, tendo sido vencedor em cinco eleições seguidas.  
            Em Caxias não era diferente, apesar de ser grande a oposição ao governo estadual, ao contrario do que ocorre atualmente. A região da colônia italiana (assim era chamada) era reduto forte do PL. Antes o executivo municipal era praticamente nomeado, tanto os intendentes como os interventores.  Na década vinte surgiram outros movimentos na cidade como o integralista, o fascista e o comunista, agregando outros segmentos da população.  Os prefeitos após 1946 passaram a ser eleitos por voto secreto, os dois partidos fundados por Vargas o PSD e o PTB se alternavam no poder.  As outras agremiações ou eram proibidas ou não tinham a força do voto. A alternância no poder foi uma constante, entre os dois partidos. Na década de cinquenta foi fundado o Partido Democrata Cristão de curta duração.
            Com o Golpe de 64 os partidos foram extintos sendo reagrupados em duas siglas: MDB e a ARENA. Com a redemocratização ocorrida em 1989, começaram a proliferar partidos políticos das mais diversas posições. Alguns deles criados por e para alguns caciques. Os novos partidos então criados puderam aspirar ao poder municipal rompendo a velha disputa entre os dois blocos históricos.

            Na última década do século XX a reforma da Constituição permitiu a reeleição do executivo, nos três níveis. Instituto perverso que permite a eternização no poder.  A aliança organizada há 12 anos parecia garantir a manutenção do poder municipal por muitas décadas. A ausência de alternância no poder é veneno para a democracia. Não é por o acaso que ocorreu o golpe nacional. A vitória de Guerra nas eleições de Caxias também foi um golpe legal contra o continuísmo.  O novo governo municipal representa uma profunda mudança na política municipal.    Há outro fato novo na política nacional, Das mãos da Igreja Católica o poder político está passando para as do grupo evangélico. Não é uma novidade tão grande, afinal religião e política coabitam desde os tempos do Império Romano. Só mudam os nomes das religiões! 

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

MAÇONARIA E PODER


      

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  Um dos estudos mais apaixonantes dos dois últimos séculos é o da ação da Maçonaria, tanto no mundo quando no Brasil. A Maçonaria realizou movimentos liberais tanto na independência das colônias americanas como na luta contra os governos discricionários e absolutistas europeus. Há luminares maçons como Benjamin Franklin, George Washington, José Bonifácio e Antonio Carlos entre tantos outros. Suas lutas pelos direitos dos cidadãos  e contra o instituto da escravidão marcaram época na história nacional. Como nenhuma outra organização lutou a favor da constitucionalidade e da descolonização.
            Ao longo do tempo, a Maçonaria tem sofrido ataques sistemáticos de governantes ditatoriais como Mussolini que mais a perseguiu, e Hitler. Como diz Fernando Nobre :”Os maçons criaram certas reservas de proteção sempre com medo que uma ditadura se pudesse instalar e que  eles pudessem ir como foram na Alemanha ,para os campos de concentração”  
            Outra instituição que muito perseguiu a Maçonaria foi a Igreja Católica, por motivos políticos; a partir de 1870 quando da Unificação Italiana que retirou o poder temporal do Papa sobre os Estados Pontifícios dando origem até a chamada Questão Romana. A Maçonaria com Garibaldi e Cavour  havia sido uma das articuladoras  da Unificação.No Brasil foi a questão religiosa dela decorrente  enfraqueceu e derrubou o Império. No Brasil o governo Vargas que seguia outro credo (o positivista) a enfraqueceu ao proibir o funcionamento de suas lojas.
            Na antiga região colonial foi a Igreja promoveu várias querelas contra a Maçonaria, pois desejava a hegemonia sobre os pobres imigrantes. Na Colônia Caxias os mais ilustres políticos estavam ligados a Maçonaria, entre eles o grão mestre José Candido de Campo Jr. que ficou conhecido pelas suas lutas com o padre Nosadini e as Ligas Católicas. Celeste Gobbato deu a Praça Dante Alighieri sua fisionomia maçônica, que as várias reformas que sofreu não conseguem esconder. Joaquim Pedro Lisboa outro ilustre maçom caxiense  idealizou a  Festa da Uva,um dos marcos da região.
            Sendo a Maçonaria uma organização que visa o bem, baseada em regras morais, até agora não se havia voltado contra a democracia, os direitos civis e as liberdades democráticas. Mas o atual golpe (que alguns insistem em dizer que não é)parece revelar  e apontar para outra feição da irmandade: a intolerância. Ela está presente na ação de Moro (premiado Grão Mestre maçônico), de Temer e de Serra associados  dessa histórica irmandade.  Como diz Lauro Müller: ”É a intolerância que nos desgoverna, venha ela do exagero partidário ou nasça da ambição de conservar ou de adquirir o mundo. É dela que nascem os governos prepotentes e as oposições facciosas; dois extremos que se confundem na obra comum de destruição das liberdades políticas!”
            Os brasileiros que conhecem o papel da Maçonaria esperam que ela continue seguindo os seus princípios, respeitando as liberdades e as  diferenças políticas, religiosas e ideológicas. A sua história é longa demais para caber nesse espaço!


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

K-RELATO DE UMA BUSCA








            Diz-se que os jovens já não leem e o que é mais sério, não gostam de ler. A culpa é de quem? Deve haver algo ou alguém responsável pelo abandono da leitura. Não é possível que a culpa seja da Internet. Para acessa-la e se comunicar por meio dela é preciso ler. Nela tudo cabe: obras clássicas, mensagens ,noticias ,estudos e fofocas. Nunca se leu tanto como agora, pelo menos nos celulares e androides, ao mesmo tempo nunca se leu tão poucos livros. 
            Seria interessante se perguntar o porquê da redução da leitura. Se não há uma resposta definitiva sempre é possível levantar hipóteses. A primeira hipótese: os bons escritores estão sumidos. A segunda hipótese é que os possíveis leitores (os alunos em especial) não são estimulados a ler. A terceira hipótese : as editoras não tem sido cuidadosas na publicação de obras ditas literárias. Uma destas hipóteses pode se ser verdadeira, ou  todas ou nenhuma .
            De qualquer forma é possível ver  que nunca se produziu tantos livros, ao mesmo tempo nunca se produziu tantos livros ruínas . A literatura brasileira  como o Brasil está em crise. As obras publicadas ultimamente tratam preferencialmente de: sexo, da vulgarização de história e  de   autoajuda. O que significa a mais completa miséria literária.
            Assim quando sai um livro bom ele merece ser destacado. Um livro perfeito é K Relato de uma busca. O livro publicado pela Companhia das Letras em 2010 foi relançado em 2016.È um livro  curto ,tem apenas 169 páginas. Pode ser lido em duas horas.   O autor é o jornalista e professor da USP Bernardo Kucinski .Trata-se de uma história real contada  sob a forma ficção,tão emocionante quanto a  Sangue Frio de Truman Capote,e  tão bem engendrado quanto  Santa Evita de Tomas Eloy  Martinez .O livro trata de um caso  onde a realidade  de longe vence  a ficção.Tão absurda pode ser a realidade, que nem a ficção pode vencê-la .Como diz o autor na epigrafe “ Caro leitor, tudo neste livro é invenção ,mas quase tudo aconteceu”.
            A história é simples um pai chamado de K busca sua filha, doutora em química, professora de USP desaparecida durante a repressão ,possivelmente em 1972 ela  como seu pai  é inominada.A desaparecida tinha uma vida e uma história,que seu pai desconhecia.Assim enquanto procura pela filha acha parte da vida  e da  história dela .Esta é a história a de uma busca. Onde se encontram torturadores, torturados, coniventes, aproveitadores  dando golpes, onde se encontra um pouco de tudo menos os corpos perdidos dos trucidados pelo regime  e para sempre perdidos.
            Não cabe aqui contar as peripécias, de um pai desesperado. Basta recomendar a leitura de uma obra literária perfeita. No dizer de Eric Nepomuceno:”K é uma narrativa de vertigem ,escrita de forma pungente e avassaladora.Mais do que um grito de dor e revolta ,mais do que um uivo inconformado ,é  um lento ,sossegado lamento” . Constitui o mais perfeito retrato da crueldade da ditadura militar.

                    

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

PODER E ORGANIZAÇÃO






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            O homem não vive só, desde o nascimento depende de outros seja da mãe seja do o grupo no qual nasceu. O homem desde sempre parece ter vivido em bandos. Como bípede implume o homem tem muitas necessidades e destas nasce sua organização. Ele precisa de comida, roupa e abrigo, outras vieram e se tornaram infinitas. Faz milênios que ele inventou formas de organização para não enfrentar o mundo sozinho.
            Há organizações pequenas como a família, e dela dependem a manutenção da vida. Há organizações enormes como o Estado. Não importa que tipo de família seja poligâmica, monogâmica aberta ou fechada, ela foi organizada para garantir a espécie e a propriedade. A família decorre da necessidade essencial da espécie: a procriação. A noção de amor ligada à sua procriação é coisa recente data do século XIX, do romantismo. Antes os casamentos ocorriam pela união entre famílias por vários interesses manter a cultura, a propriedade e poder. Estas formas de família antecederam a família ligada ao amor. Delas o amor estava ausente. Claro que o amor existia entre os homens, mas como um sentimento, não como uma função, nem como organizador. E, geral o amor era periférico à família.
            A maior e mais importante organização do mundo é o Estado. Seja mega ou mini o Estado dirige os indivíduos (como a organização familiar) não depende do amor, mas de crenças e principalmente de interesses. São estes últimos  que movem as organizações. Pode haver até amor, mas é sentimento acessório, não essencial. Como diriam os filósofos, o amor nestes casos é contingente não necessário.
            Há outras organizações que garante o Estado, entre elas a religião e a escola. A primeira cultiva uma crença da qual deriva todo seu poder, baseado em dogmas, na fé e não na razão. A escola é definida pelos  objetivos do Estado, para formar (ou melhor, formatar) os seus cidadãos. Do Estado derivam outras organizações como o sistema de cobrança de impostos, a lei, policia e os exércitos. Não é preciso amar nem o estado, nem o poder, nem os partidos políticos. Para que o poder se exerça, basta o temor e a obediência. Amar o Estado é coisa do século XX, resultado das duas grandes guerras, do fascismo e da descolonização. Como obrigar um homem a morrer por seu pais?
            O amor é aplicado em coisas menores como o dedicado a uma pessoa ou a um time de futebol, mas importantíssimas para a manutenção do sistema.  Para o amor, são criadas organizações nas quais a paixão é essencial. Velha herança do circo romano os times são destinados a entreter os homens, tendo como missão mantê-los dóceis e obedientes, distraídos das verdadeiras lutas. Para o mesmo propósito existe o amor que serve para fazer esquecer a morte, e que é vendido como produto junto a outros os produtos do mercado.  O filosofo que pensou as organizações que sustentam o Estado foi Max Weber e seu ideólogo maior Althusser. Hoje tudo que o homem pensa, acredita  e ama está mediado pelo poder do Estado. Como bem observou Karl Jung Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é à sombra do outro.  Em outras palavras o poder é a sombra negra do amor!


sexta-feira, 7 de outubro de 2016

DAS ELEIÇÕES


            








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Para quem gosta de sociologia política o resultado das eleições do dia 2 de outubro é  prato cheio. O grande vencedor das eleições no Brasil foi o PSDB. No Rio Grande do Sul continua a  velha querela entre chimangos e maragatos agora com outros nomes e siglas.Entre os chimangos está o PMDB  e o PDT (finalmente coligados)entre os maragatos o PP,o  DEM, o PRB e  outros. No Brasil, mais uma vez a roda da fortuna girou, desta vez fazendo subir os partidos de direita. Se no país existisse um  grande líder de direita esta seria a sua hora.O fascismo avança em passos largos.
             Em Caxias pela primeira vez não haverá embate entre a direita e a esquerda. As  facções vencedoras e seus   candidatos se  alinham com o centro. Longe deles estão os ideais de Brizola com um socialismo à europeia. Basta verificar os resultados dos partidos situados à esquerda do PT.  O caxiense perdeu a memória política, e passou a acreditar mais uma vez em falácias, ou quem sabe tenha havido uma renovação tão grande no eleitorado que desconhece o passado, que por ser jovem desconhece o passado.
            O PT foi expulso do páreo. Fato indubitável, sua queda se deve em parte a contrapropaganda realizada de forma perfeita pela Globo. A análise da retórica  nacional deverá ser objeto de várias teses de doutorado. Em parte é devida a Lava Jato, ao impeachment que em  perfeita sincronia  se concretizou às vésperas das eleições. Por fim pela  sua própria atuação política  no governo federal. Deve-se destacar que os petistas gaúchos não foram acusados de nenhuma contravenção. Basta lembrar os nomes impolutos de Olívio Dutra, Paulo Paim e Raul Pont, para citar apenas alguns. Tal fato não serviu para mudar o certeiro golpe que o  retirou do poder.
            Por outro lado o golpe parece ter sido aceito pelos eleitores, que nele acreditaram. Os eleitores que deram a vitória a Hitler e a Mussolini também acreditaram que o comunismo era a origem dos males econômicos da Europa. O povo é ingênuo em sua maioria e acredita no que ouve, basta ver os resultados das fofocas. Ninguém precisa provar nada basta afirmar.  Outro fato nesta eleição, que merece destaque é o maior numero de mulheres que concorreram e mesmo as que ganharam para o executivo eo legislativo.. O sexismo não explica a política, mas serve para revelar a descriminação da mulher e  outros gêneros que não o masculino. Este sempre esteve presente no Brasil. Infelizmente este espaço é curto e a política complexa.
            De qualquer for a nunca é demais recorrer a Maquiavel. Poucos pensadores entenderam como ele a política e o ser humano. Alguns de seus pensamentos podem ser uteis para aqueles que deles carecem. Resumidamente diz ele que o melhor método para avaliar a inteligência de um governante é verificar quem ele tem a sua volta,ou seja quem ele escolheu para o auxiliar. Para ele há três tipos de homem, o primeiro  é aquele que entende por si mesmo, o segundo só entende quando os primeiros lhes explicam, os terceiros nada entendem. A estes ele chama de inúteis. Os descerebrados são germens nocivos!


sexta-feira, 30 de setembro de 2016

ELEIÇÕES


            







As eleições mudaram com o tempo e com as mudanças  tecnológicas. Por outro lado aumentou  de forma significativa o número de eleitores. Pela constituição de 1891 foi adotado o voto não secreto,tendo direito a ele apenas os homens alfabetizados, o que não dava 10% do total da população.  O título de eleitor era semelhante a certidão de nascimento, imenso e era apresentado na mesa eleitoral onde era  assinada a lista dos candidatos.  Muitos eram os excluídos do direito de voto: os mendigos, os analfabetos, o clero, as mulheres e os militares. Vigorava o sistema distrital,ainda assim era um avanço em relação ao voto censitário do período imperial onde só ricos votavam.
            Até 1934 as mulheres não eram cidadãs, pois não tinham o direito do voto, o Decreto 21076(1932) deu direito de voto algumas mulheres. Mas como não havia eleições elas só puderam votar após 1946. Há exatamente setenta anos. Para votar as mulheres tinham de ter permissão do marido, e  ,no caso de serem, viúvas ou solteiras deveriam ter rendas próprias.Assim a partir  1932 apenas as mulheres com rendimentos ( ou seja mais ricas) podiam votar. Apenas algumas eram cidadãs. A Constituição de 1946 estendeu a obrigatoriedade do voto às mulheres. Pela mesma Constituição o voto se tornou secreto. E os títulos eleitorais encolheram de tamanho. Ficaram do tamanho de meia folha A4, com os dados do eleitor numa face e anotações do presidente da mesa no verso do título. Com ditadura  com ou sem as eleições,o sistema  continuou da mesma forma, apenas foi  negado o direito ao  voto para o executivo nacional e estadual. A Constituição de 1988  aumentou a participação de um  número de eleitores,garantindo o direito de voto aos analfabetos.
            Mas a grande revolução do voto foi a tecnológica. Foi uma invenção brasileira  concebida pela firma OMNITECH( Serviços de Tecnologia Marketing),  entre  1995 e 1997, que se tornou padrão até hoje. Muitos dizem que foi sido invenção do PT, para se perpetuar no poder. O PT que é acusado da invenção da corrupção no Brasil, não  é o autor intelectual do novo sistema de votação.  A modernização eleitoral colocou o Brasil na frente de outros países,que passou a  exportar   o produto. Hoje o título de eleitor é  mínimo  e o voto digital.
            Se o Brasil progrediu na tecnologia, o mesmo não ocorreu com a qualidade do voto. O sistema aviltante de alianças partidárias, permite a reeleição e de  um grupo ,com sua  eternização  no poder. Contra este perigo já alertava o falecido sociólogo Fernando Henrique Cardoso (restou apenas seu clone político). Este é o risco da política atual, que disfarça uma forma de ditadura, sob  a bandeira de alianças partidárias. Como disse Brizola: ”Estou pensando em criar um vergonhódromo para políticos sem-vergonha, que ao verem a chance de chegar ao poder esquecem o compromisso com o povo.” Quem não gostaria?