Para
as viúvas e os viúvos da ditadura, e são muitos, uma sugestão de leitura. Leiam
Lugar nenhum - militares e civis na
ocultação de documentos da ditadura, de Lucas Figueiredo, editado pela
Companhia das Letras. Um livro imperdível !
Em
primeiro lugar lembre-se que O Golpe de 1964, prendeu ,torturou e matou várias
pessoas contrarias a ele. Os maiores perseguidos foram os militantes do PCdoB,
que optaram pela luta armada. Durante muitos anos mais de trinta, não se teve
noticias de muitos dos desaparecidos, que haviam sido mortos durante as
torturas nas prisões dos DOI-CODI. Com o fim da ditadura foi afirmado que os
seus arquivos tinham sido abertos. Tendo buscado os documentos no Arquivo
Publico do Rio Grande do Sul notou-se que eram documentos sem valor, mais da
pesquisa de vida de inocentes, mas nada sobre os desaparecidos. Faltavam
aqueles documentos que registram os passos da ilegalidade do regime, que haviam
sido produzidos pelos órgãos de inteligência e repressão.
O
livro Lugar Nenhum, conta os caminhos
e os descaminhos dos documentos, desde a sua confecção, microfilmagem, arquivos
onde foram guardados e onde foram levados após a abertura. Como se organizou o
registro dos atos repressivos e sua ocultação. .Os documentos são históricos, fazem
parte da história do Brasil e os brasileiros merecem conhecê-los, não só as
famílias das vitimas, nem só os historiadores, mas todo cidadão. Pois eles
registram passo a passo os assassinatos de uma série de militantes.
Pelo
bem da verdade, o golpe de 64 foi menos lesivo aos ditos subversivos dos que os
da Argentina ou o do Chile, que tiraram a vida de milhares de adversários políticos.
No Brasil, segundo consta foram apenas 450 mortos,comparando com os 30 mil
argentinos mortos é pouco. O crime como justiça não deveria ter qualificativos.
Crimes são crimes. Um assassinato é suficiente para tornar alguém assassino. O
número de assassinatos não é o dado
mais importante. Os maiores serials killers dos Estados Unidos não
mataram mais do que 30, e ainda assim
foram condenados a morte. Pois, é.
A
pesquisa revela que nada foi feito pelos presidentes para que fossem
disponibilizados os documentos para a guarda do Arquivo Nacional, que abriga a documentação histórica nacional,
portanto, lugar onde deveriam estar. Sarney, Collor, apenas solicitaram que os arquivos fossem abertos.
Mas eles continuam em lugar incerto e não sabido. Com FHC foi ainda pior quatro
dias antes de terminar o mandato, assinou um decreto “que instituía a figura
inédita do sigilo eterno”. Não é o cumulo da discrição? Com Lula e com Dilma a
questão da abertura dos documentos andou tão devagar quanto com os outros
presidentes. Foi criada em 2011, a Comissão Nacional da Verdade, que de fato nada
apurou de verdade. Alias comissões servem para isto, para empurrar os problemas
com a barriga. Quando não se quer resolver um problema se cria uma comissão.
Não é maravilhoso?
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