quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

LUGAR NENHUM



  • Nunca Fomos tão Felizes: DITADURA vs DEMOCRACIA




Para as viúvas e os viúvos da ditadura, e são muitos, uma sugestão de leitura. Leiam Lugar nenhum - militares e civis na ocultação de documentos da ditadura, de Lucas Figueiredo, editado pela Companhia das Letras. Um livro imperdível !
Em primeiro lugar lembre-se que O Golpe de 1964, prendeu ,torturou e matou várias pessoas contrarias a ele. Os maiores perseguidos foram os militantes do PCdoB, que optaram pela luta armada. Durante muitos anos mais de trinta, não se teve noticias de muitos dos desaparecidos, que haviam sido mortos durante as torturas nas prisões dos DOI-CODI. Com o fim da ditadura foi afirmado que os seus arquivos tinham sido abertos. Tendo buscado os documentos no Arquivo Publico do Rio Grande do Sul notou-se que eram documentos sem valor, mais da pesquisa de vida de inocentes, mas nada sobre os desaparecidos. Faltavam aqueles documentos que registram os passos da ilegalidade do regime, que haviam sido produzidos pelos órgãos de inteligência e repressão.
O livro Lugar Nenhum, conta os caminhos e os descaminhos dos documentos, desde a sua confecção, microfilmagem, arquivos onde foram guardados e onde foram levados após a abertura. Como se organizou o registro dos atos repressivos e sua ocultação. .Os documentos são históricos, fazem parte da história do Brasil e os brasileiros merecem conhecê-los, não só as famílias das vitimas, nem só os historiadores, mas todo cidadão. Pois eles registram passo a passo os assassinatos de uma série de militantes.
Pelo bem da verdade, o golpe de 64 foi menos lesivo aos ditos subversivos dos que os da Argentina ou o do Chile, que tiraram a vida de milhares de adversários políticos. No Brasil, segundo consta foram apenas 450 mortos,comparando com os 30 mil argentinos mortos é pouco. O crime como justiça não deveria ter qualificativos. Crimes são crimes. Um assassinato é suficiente para tornar alguém assassino. O número  de assassinatos não é o dado mais  importante. Os maiores serials killers dos Estados Unidos não mataram mais do que 30, e ainda assim  foram condenados a morte. Pois, é.
A pesquisa revela que nada foi feito pelos presidentes para que fossem disponibilizados os documentos para a guarda do  Arquivo Nacional, que  abriga a documentação histórica nacional, portanto, lugar onde deveriam estar. Sarney, Collor,  apenas solicitaram que os arquivos fossem abertos. Mas eles continuam em lugar incerto e não sabido. Com FHC foi ainda pior quatro dias antes de terminar o mandato, assinou um decreto “que instituía a figura inédita do sigilo eterno”. Não é o cumulo da discrição? Com Lula e com Dilma a questão da abertura dos documentos andou tão devagar quanto com os outros presidentes. Foi criada em 2011, a Comissão Nacional da Verdade, que de fato nada apurou de verdade. Alias comissões servem para isto, para empurrar os problemas com a barriga. Quando não se quer resolver um problema se cria uma comissão. Não é maravilhoso?


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