domingo, 15 de maio de 2016

13 DE MAIO


           


Princesa Isabel: assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888


Há 128 anos foi abolida a escravidão no Brasil, foi um dos últimos países do mundo a fazer isto, como também foi dos últimos a sancionar a lei do divórcio. Não se pode acusar os brasileiros de excesso de democracia nem de excesso de liberdades democráticas. Nos últimos anos a data tem sido ignorada, pois os festejos se voltam para 20 de novembro data alusiva a Zumbi de Palmares. Não é possível o esquecer o papel decisivo da Princesa Isabel na promulgação da Lei Áurea, nem  sua luta pela abolição da escravidão. Ela não é um mito apenas uma princesa que acreditava na igualdade racial.

            Durante anos o Brasil acreditou em mitos. Da igualdade racial e da democracia racial gaucha entre outras tantas mentiras criadas para justificar a escravidão e a injustiça. Muito de deve a obra de Gilberto Freire  Casa Grande e Senzala que de certa maneira minimizou o problema racial ,forjando o mito da democracia racial brasileira.  Não há distinção no sentido do escravismo colonial seja em pais for.  A escravidão é sempre execrável e imperdoável. 

            Nos Estados Unidos onde a escravidão e a descriminação foram brutais

(como as do Brasil por sinal.) tem sido publicadas obras de não ficção sobre o tema. .Obras de valor, como o depoimento de Solomon Northup publicado com o nome de Doze anos de escravidão e mais recentemente o livro de Ta-Nehisi Coates, sob a forma de uma carta a seu filho sobre racismo.  O livro chamado Entre o Mundo e Eu é imperdível.  Nele Coates relata o significado de viver num corpo negro, num mundo de americanos brancos.   O jornalista frequentou a Meca, nome dado a Howard University. Universidade privada de Washington onde estudam negros. Nesta Universidade Coates conheceu   Prince Jones líder  estudantil , que foi morto por um policial( por sinal também negro) . .A sua morte despertou a consciência de Ta- Nehesi, que compreendeu da forma mais dura o que é ser negro nos Estados Unidos, onde o racismo está longe de ser vencido. O livro é um grito de alerta sobre o racismo Recomendado por  Toni Morrison,  única autora negra a receber o premio Nobel de Literatura ,que diz que  ele é de  leitura obrigatória ,  e que  ocupa  o espaço deixado por  James Baldwin, um dos maiores escritores dos Estados Unidos,líder exponencial  da luta dos negros pelos seus  direitos  civis .

            O Entre o Mundo e Eu rejeita os ensinamentos pacifistas de Martin Luther King. Coates, filho de Pantera Negra e leitor de Malcolm X, afirma referendo-se aos negros pacifistas: “Os mansos eram surrados no oeste de Baltimore, pisoteados no Walbrook Junction, espancados me Parks Heights e estuprados nos chuveiros da prisão municipal. Meu entendimento do universo era físico, e seu arco moral se inclinava para o caos e terminava num caixão.” Ou seja, Coates clama pelo direito ser contrario ao sonho de uma América branca e racista, não de forma pacífica, mas por meio de uma nova consciência e da luta diária pela sobrevivência. Está muito distante o dia da igualdade entre brancos e negros nos Estados Unidos. E no Brasil é diferente? Onde se escondem os Coates brasileiros?


 

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