Há 128 anos foi abolida a escravidão no Brasil, foi um
dos últimos países do mundo a fazer isto, como também foi dos últimos a
sancionar a lei do divórcio. Não
se pode acusar os brasileiros de excesso de democracia nem de excesso de
liberdades democráticas. Nos últimos anos a data tem sido ignorada, pois os
festejos se voltam para 20 de novembro data alusiva a Zumbi de Palmares. Não é
possível o esquecer o papel decisivo da Princesa Isabel na promulgação da Lei
Áurea, nem sua luta pela abolição da
escravidão. Ela não é um mito apenas uma princesa que acreditava na igualdade
racial.
domingo, 15 de maio de 2016
13 DE MAIO
Durante anos o Brasil acreditou
em mitos. Da igualdade racial e da democracia racial gaucha entre outras tantas
mentiras criadas para justificar a escravidão e a injustiça. Muito de deve a
obra de Gilberto Freire Casa Grande e
Senzala que de certa maneira minimizou o problema racial ,forjando o mito da
democracia racial brasileira. Não há
distinção no sentido do escravismo colonial seja em pais for. A escravidão é sempre execrável e
imperdoável.
Nos
Estados Unidos onde a escravidão e a descriminação foram brutais
(como as do Brasil por sinal.) tem sido publicadas
obras de não ficção sobre o tema. .Obras de valor, como o depoimento de Solomon
Northup publicado com o nome de Doze anos de escravidão e mais recentemente o
livro de Ta-Nehisi Coates, sob a forma de uma carta a
seu filho sobre racismo. O livro chamado
Entre o Mundo e Eu é imperdível. Nele Coates
relata o significado de viver num corpo negro, num mundo de americanos brancos.
O
jornalista frequentou a Meca, nome dado a Howard University. Universidade
privada de Washington onde estudam negros. Nesta Universidade Coates conheceu Prince Jones líder estudantil , que foi morto por um policial(
por sinal também negro) . .A sua morte despertou a consciência de Ta- Nehesi,
que compreendeu da forma mais dura o que é ser negro nos Estados Unidos, onde o
racismo está longe de ser vencido. O livro é um grito de alerta sobre o racismo
Recomendado por Toni Morrison, única autora negra a receber o premio Nobel de
Literatura ,que diz que ele é de leitura obrigatória , e que ocupa o
espaço deixado por James Baldwin, um dos
maiores escritores dos Estados Unidos,líder exponencial da luta dos negros pelos seus direitos civis .
O Entre o Mundo e Eu rejeita os ensinamentos
pacifistas de Martin Luther King. Coates, filho de Pantera Negra e
leitor de Malcolm X, afirma referendo-se aos negros pacifistas: “Os mansos eram
surrados no oeste de Baltimore, pisoteados no Walbrook Junction, espancados me
Parks Heights e estuprados nos chuveiros da prisão municipal. Meu entendimento
do universo era físico, e seu arco moral se inclinava para o caos e terminava
num caixão.” Ou seja, Coates clama pelo direito ser contrario ao sonho de uma
América branca e racista, não de forma pacífica, mas por meio de uma nova
consciência e da luta diária pela sobrevivência. Está muito distante o dia da
igualdade entre brancos e negros nos Estados Unidos. E no Brasil é diferente?
Onde se escondem os Coates brasileiros?
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