Fico
observando os pássaros que visitam o terraço. As visitas tem razão de ser, jogo
farelo de biscoito para eles. Que por sinal tem preferência por marca de biscoito,
eles gostam dos amanteigados. A observação rende constatações e conclusões nada
científicas (ainda bem), mas muito divertidas.
Assim fiquei sabendo que os pássaros mais agressivos são os joão-de-barro,
os mais gulosos os bem-te-vis, os mais preguiçosos os sabiás (ave símbolo do
Brasil , por puro acaso)que amam comer baratas. Os mais alegres são os pardais
e os mais espertos as corruíras.
Num vaso de samambaia, no terraço, aconteceu de um
pequeno tico-tico fazer seu ninho. Logo um chupim veio colocar nele seu ovinho
e acabar com os cinco do tico-tico. O mesmo faz o cuco com os filhotes dos
rouxinóis, na Europa. Era de se ver o enorme chupim sendo alimentado pela
minúscula mãe tico-tico! Espantosa tolice.
Entre
os diferentes tipos de aves, vigora um total isolamento, entre eles impera a
invisibilidade!Umas ignoram as outras, no mais perfeito apartheid. Os sabiás preferem pegar a comida dos pardais, já os
bem-te-vis preferem as grossas migalhas, mas não as roubam dos outros pássaros
menores . Os pássaros não cruzam entre si, como os seus antepassados dinossauro
. Não há exemplo mais claro de endogamia e racismo que o dos pássaros (será que
é assim que se chama?). A coisa muda de figura com alguns mamíferos,como os
cachorros, os gatos,os cavalos entre
outros. Mas não entre primatas, não se vê gorila casando com chipanzé, mico com
macaco prego. Enfim, há uma natural e cuidadosa separação no cruzamento das
espécies.
Finalmente
chegamos ao homem que pode ser cruzado com os chimpanzés e com todos vários
grupos humanos. Os homens não são como os pássaros cruzam com todos os grupos de primatas superiores
conhecidos. Lógico que o cruzamento não significa ausência de racismo, mas, sim
que há não impossibilidades física e cultural para uma (con) vivencia tranquila.
O Brasil é a terra da mestiçagem cada ser
humano tem genes provenientes das mais dispares origens (afinal, é isso que
somos: uma espécie).Não existem sabiás
humanos,que sejam puros em seus genes !
Por isso que eu acho muito engraçado o racismo, mais do que isso, acho ridículo.
Mark Twain um
dos primeiros autores a misturar de forma amigável as ‘raças’ em suas histórias: Lembro-me de
uma frase dele “
Não tenho preconceitos de raça, cor ou religião. Tolero qualquer
sociedade. Basta-me saber que o homem é um ser humano: ele não pode ser pior”. Ele não tem razão? A cor não muda a espécie!
Loraine
Slomp Giron
Historiadora
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