sábado, 17 de maio de 2014

IDOLOLATRIA




Os homens sempre adoraram ídolos, basta ler a Bíblia onde são amaldiçoados. Moisés teve que enfrentar a idolatria quando trazia as tábuas da lei. Hoje os ídolos populares são outros, artistas e jogadores. Os artistas em geral são de  cinema ou de televisão e os jogadores os de futebol .Hoje o ídolo do Brasil é Neymar. Muitos outros já o foram como Romário, Ronaldinho, Garrincha e Pelé, o maior de deles. Em geral são pessoas incultas e pobres envolvidos pelo turbilhão da fama a do dinheiro. Claro que houve outros como o Sócrates e Tostão que eram cultos, mas são raras exceções.
Garrincha torto no campo e na vida foi ídolo por pouco tempo. Suas ações e atitudes eram impensadas, tão ingênuas quanto o mais simples dos brasileiros. Teve seus momentos de glória e de miséria. Sua glória foi proveniente de suas pernas tortas e de sua mente original. Destino o ingrato de Garrincha! Teve um triste fim como o de Sócrates.
Pelé foi o maior jogador do mundo, tendo recebido o título de Atleta do Século, e o de Jogador de Futebol do Século XX. Tornou-se o símbolo do Brasil o mais conhecido (até hoje) dos brasileiros, alias como Maradona. Durante sua vida teve tido atitudes levianas. Sendo tão famoso deveria ter cuidado com suas palavras e ações.  Como a negação e o esquecimento de seus filhos jogados a esmo no mundo. Netos   que movem  contra ele  processo na Justiça alegando ausência de assistência moral e financeira. Só reconhecendo uma de suas filhas pela força do DNA. Disse ele: ''Para mim, biologicamente, ela pode até ser minha filha. Mas, na parte sentimental, não posso me preocupar com essa pessoa, porque não a conheço'‘. É asquerosa tal declaração.  Uma de seus ditos durante a ditadura (que defendeu) ficou famoso “os brasileiros não devem votar, porque não sabem”. Mas o mais sério (quem se lembra?) foi a declaração certidão de nascimento de sua filha Kelly Cristina (publicada pela revista O Cruzeiro) registrada como branca.
Há algo de muito grave em negar a própria origem, pois consiste em desconhecer a própria identidade. Mas tem mais ele separa partes inseparáveis: Pele de Edson. Como se fossem duas pessoas distintas. Ele não é o único a fazer essa dissociação. Outros famosos também o fizeram. O caso mais conhecido é o de Rita Hayworth, que afirmou que os homens dormiam com Gilda (seu papel mais marcante) e acordavam com Rita. A mesma  dissociação feita por   Marilyn  Monroe separando  Marilyn de Norma Jean. Problemas sérios de identidade, passíveis de tratamento.
Tanto artistas como atletas tem seu período de fama curto e fugaz. Há muitos que buscam a fama de outro jeito. Como selfieis na internet ou como  os assassinos de outros famosos. Os seres humanos são curiosos. Enquanto alguns não conseguem lidar com a fama outros a buscam desesperadamente expondo-se do modo mais degradante no mundo virtual. Sem querer pregar moral (cada um que cuide da sua) a fama gera tragédias. Como a de Bruno que passou de ídolo da torcida do Flamengo a criminoso. Enfim como afirma o velho provérbio latino ‘, sic transit gloria mundi, (no mundo a glória é passageira) em compensação o esquecimento é eterno.
Loraine Slomp Giron Historiadora.


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