quinta-feira, 31 de janeiro de 2013



UM NOVO FIM DO MUNDO 





Um dos cientistas mais importantes de todos os tempos é sem dúvida Isaac Newton (1643-1727). Físico e matemático notável, seu valor não é discutido, tanto de seus Principia e da Lei da Gravitação Universal.Muitas de suas obras ficaram escondidas por séculos. A partir de um leilão realizado em 1936, parte delas foram parar   nas mãos de John Maynard Keynes ,que as doou mais tarde ao King’s College de Cambrige, e outras nas mãos do sábio orientalista Abraham Ezequiel Yahuda ,que em 1951 as  doou ao recém criado Estado de Israel. Só em 2007  foram abertas  as que estavam em poder de Israel  .
Para espanto de muitos revelou-se uma outra face do cientista:o alquimista e o estudioso do Apocalipse. 
Mas não há motivo para espanto. Ele escreveu muitas obras consideradas hoje como ocultistas. Era um tempo em que alquimia e ciência ainda conviviam em que a astrologia era tão considerada tão científica quanto à astronomia. Na sua época, na Inglaterra havia liberdade de pensamento religioso, sendo de fé anglicana podia ler as escrituras. A teologia como a astrologia eram ciências, assim procurou aplicar  o método científico ao estudo do livro de Daniel.
Newton chegou a algumas constatações interessantes. O primeiro livro trata da vida do profeta  na corte de Nabucodonosor .O segundo  livro de Daniel ( 7-12)  é apocalíptico trata das quatro feras e das últimas batalhas e dos últimos dias da terra. Ao estudar a Bíblia tenta chegar a informações realmente científicas sobre a duração do mundo. Ele estava interessado em definir quando ocorreria o fim do mundo. Estudando o Livro de Daniel concluiu que o mundo deveria acabar 1260 anos depois da fundação do Sacro Império Romano, por Carlos Magno em 800 D.C, ou seja, o mundo terminaria em 2060. Antes disso prevê o retorno dos judeus à Israel. Conclui afirmando que o mundo poderia acabar mais tarde,mas que dificilmente terminaria  mais cedo do que a data por ele prevista.
Como todos sabemos a ciência também se engana .Durante muitos séculos não ensinou que o Sol girava em torno da Terra?Se a ciência se engana porque não se enganaria Newton em sua previsão do fim do Mundo?
Mas os homens preferem mitos e lendas a realidade, assim  se pode    imaginar que em 2060 se repitam todos os prognósticos sobre  o fim do mundo  como o previsto  pelos interpretes dos  maias.Com muito mais razão, pois Newton a contrário dos maias, reles povo primitivos americanos, é um dos físicos mais importantes de todos os tempos .Vá tentar entende os homens .Como dizia ele mesmo  dizia : Eu consigo calcular o movimento dos corpos celestiais, mas não a loucura das pessoas.”
Loraine Slomp Giron – Historiadora
Twitter: @loslomp

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


A FESTA DO PARAFUSO

Na sesta feira passada, dia 18 de janeiro, o governador Tarso Genro lançou a pedra fundamental da Nova Aliança em Flores da Cunha. A nova Cooperativa reunirá 900 famílias de agricultores, dela fazem parte as cooperativas São Vitor e Aliança (de Caxias do Sul) Santo Antonio e São Pedro (de Flores da Cunha)
.Deve ser motivo de regozijo para o município vizinho receber uma obra de 83,4 milhões, vindos em parte do Banrisul e em parte do Banco de Desenvolvimento do Extremo Sul, tendo recebido o apoio do ministro Pepe Vargas, A noticia não mereceu destaque da mídia. Parece que o assunto não tem importância. Ao contrário ele está diretamente ligado ao patrimônio histórico de local.
            Patrimônio é uma palavra polissêmica, mas que pode ser considerada  como um conjunto de bens de uma coletividade, como no caso de patrimônio cultural.Não há como negar que as empresas  vinícolas em geral e as cooperativas em particular representam o que há de mais característico da cultura regional, baseada na cultura da videira ,na pequena propriedade e no  trabalho familiar .
Fazendo um pequeno balanço do que Caxias perdeu nos últimos 50 anos em de indústrias vinícolas lembro-me de algumas: Luiz Antunes ,Luiz Michelon. Indústria de Vinhos Ronca,Sociedade Vinícola Riograndense Sociedade Brasileira de Vinhos,  Eduardo Mosele   e as cooperativas Santo Antonio, Caxiense e agora as de  São Vitor e a Aliança.Pode notar que sobraram poucas ,uma outra industria familiar .A Cooperativa VV Forqueta é a mais antiga e a última das sobreviventes da era das cooperativas,iniciada em 1929. A continuar assim em vinte anos não haverá mais empresas vinícolas em Caxias. Tanto a São Vitor como a Aliança tem os mais belos conjuntos de todas as indústrias vinícolas regionais.Por certo, logo se tornarão centros culturais como o da  Antunes,que de cultura só tem o nome.
O poder público municipal tem feito um desserviço a agricultura familiar,com a permissão da fragmentação das pequenas propriedades em chácaras improdutivas e ,mias do que isso não auxiliando a permanência das industrias vinícolas em seus antigos e tradicionais lugares.A prefeitura de Flores da Cunha ,cujo território é menos de 1/3 do de Caxias, cedeu para a Nova Aliança oito hectares de terra.Teria custado muito para a de Caxias fizesse o mesmo?
Tenho dito e repetido que o colono é o tratado como um cidadão de segunda categoria, cujos direito são esquecidos. Sem segurança ,sem cuidados médicos , e sem escolas .Não é por nada que o abandono dos campos segue acelerado,enquanto a cidade avança sobre eles com seu círculo de arrabaldes de excluídos..Continuando assim em pouco tempo poderá ser abandonada a Festa da Uva por absoluta falta de uva e de agricultores., Sugiro que seja feita em seu lugar a Festa do Parafuso.
Loraine Slomp Giron – Historiadora
Twitter: @loslomp

domingo, 20 de janeiro de 2013


UMA CAXIAS COSMOPOLITA (2)


Um dos novos imigrantes cantava no coral da Catedral. Tinha uma maviosa voz de tenor. Segundo se comentava seria viúvo. Logo casou com uma jovem que poderia ser sua filha e continuou a cantar no Coral.

Pouca gente conhecia seu segredo: no sótão de sua casa tinha um altar votivo, onde guardava as mais caras lembranças do Duce, dentre os quais um grande retrato com a camisa negra. Um uniforme completo de esquadrista, braço armado do movimento, criado em 1919, base de todo movimento. Enfim, lá guardava as mais caras lembranças do fascio. Periodicamente dedicava parte de seu dia a cultuar seu herói.

Não sei como conseguira trazer tais troféus. Coisas de aficionado.

Outro dos novos imigrantes não tinha um altar, mas trazia o Duce entronizado no coração como se fora uma Sagrado Coração de Jesus. Qualquer palavra por menor que fosse era suficiente para fazer pulsar o coração fascista.      

Nem só de fascismo viviam os novos imigrantes.

Uma de suas mais importantes contribuições foi a culinária. Novos pratos eram apresentados nas festas de família e logo começavam a ser imitados. Assim o vitelo tonatto virou tatu com molho de maionese ganhando o nome de vitel tonê. Outro prato trazido foi o matambre recheado com ovos e ervas finas, que logo se tornou matambre recheado com linguiça. Afinal o nome vem do espanhol mata hambre, e para matar a fome tudo é válido.

Outra receita chegada foi a dos ovos recheados. Creio que esta não precisou ser reinventada, pois era perfeita. Dou a receita, pois pouca gente conhece. Basta cozinhar quatro ovos duros, cortar no sentido do comprimento  e reservar. À parte faz-se um molho com tomate, cebola, ervilha misturando levemente com as gemas e colocando uma colher de mostarda (Dijon, de preferência). A porção dá para quatro pessoas. É fácil e deliciosa.

Sem esquecer o maravilhoso estrogonoff, que logo virou picadinho com creme de leite. Pratos chegados após a Guerra, juntamente com bebidas diferentes, como os vinhos importados e o run. Novos coquetéis começam a ser saboreados como Daiquiri e a Cuba Libre, este, em homenagem a recém iniciada Revolução Cubana. Bons tempos onde ainda se tinha ideais.

Loraine Slomp Giron – Historiadora
Twitter: @loslomp

UMA CAXIAS COSMOPOLITA



No inicio da década de cinquenta, Caxias mudou de cara. O fim da Segunda Guerra( 1939-1945) repercutiu profundamente na  então pequena cidade. Novos moradores começaram a chegar: judeus, italianos, austríacos e alemães. Eram antigos partisans, fascistas e até nazistas.
            De onde vieram e como chegaram os novos caxienses? Havia várias organizações encarregadas de seu transporte. Creio que não é desconhecido que a principal era a Igreja Católica. A Igreja na Itália intermediou a salvação de  judeus.Depois da Guerra ajudou a salvar os fascistas .A grande maioria dos que vieram para cá ocupavam cargos na administração fascista ,eram técnicos de alto nível enólogos, engenheiros ,arquitetos entre outros. Depois de uma temporada na África ( Egito ,Tunísia  e etc.) a antiga região colonial italiana  era o  porto seguro.
Antes da Guerra haviam vindo muitos imigrantes tutelados alguns dos quais constituíram família e não mais voltaram para a Itália, os novos imigrantes encontraram trabalho e amigos  sem muita dificuldade, pois eram  mão de obra especializada.
Outra organização que ajudou no emprego de judeus foi a Gethal. Inúmeros judeus vieram para e alguns se radicaram na região. O trabalho social da empresa sueca de compensados merece elogios.
Um dos mais interessantes recém-chegados foi Kurt S. Era judeu natural de Graz (Áustria) sendo um músico muito bom. Dava gosto vê-lo ao piano desfiando o repertório completo. Tocava populares e clássicos com a mesma desenvoltura. Eram tempos de Glenn Miller se sua orquestra, o tempo das grandes bandas. Não sei como apareceu lá em casa em nosso piano, e tudo mudou. Novos ritmos foram incorporados a nossa vida diária.
Mas não era apenas a música que ele conhecia, sabia dos últimos lançamentos de livros recomendava leituras e aos poucos as nossas leituras começaram a acompanhar a música. Eram novos tempos com certeza.
Segundo me contou ele havia sobrevivido a um massacre. Quando estudante fora alvejado pelos nazistas num rio da sua cidade, ferido sobreviveu e veio para o Brasil, por meio da Gethal. A história de Kurt daria um romance.
Os novos imigrantes formaram razoável comunidade, pessoas cultas que trouxeram novos hábitos e costumes para a acanhada Caxias, independente de suas posições políticas. Muitos mantiveram suas antigas posições, um deles tinha até um altar secreto em sua casa para cultuar Mussolini. (assunto para outra crônica.)

Loraine Slomp Giron  Historiadora
Twitter: @loslomp




quinta-feira, 3 de janeiro de 2013


VOCÊ ACREDITA EM NOSTRADAMUS?


Faz pouco que passou o dia D ,mais um daqueles dias em que foi anunciado o fim do mundo .Mais um apocalipse  maia  que passou e nada aconteceu.
Os homens apreciam maus augúrios.Da mesma forma que ,em geral  preferem acreditar em mentiras.O sabor da mentira é grande.
Mas de qualquer modo há muitos profetas.Os bíblicos os aceitos e os apócrifos.Depende de cada um aceitar ou não em que profeta acreditar.
Vivemos em uma sociedade de mitos.Os mitos são bem aceitos ,ainda que se  enganem crianças inocentes.Logo ao nascer mentimos para nossos filhos atribuindo a entidades como o Papai Noel ,a Formiga  e ao Coelhinho ,os presentes que nós compramos para eles.Parece algo ingênuo e até meigo.Mas vamos combinar mentiras são mentiras.
Quando as pobres criancinhas descobrem a burla  as perdas são grandes.Algumas ficam traumatizadas,outras nem tanto.De  qualquer sorte foram treinados na mentira. Fica mais fácil acreditar em mentiras quando os pais treinam tal habilidade. Passei pelo mesmo processo e fiquei vulnerável aos enganos.Como acreditar em amor eterno ,em monogamia e todos aqueles artifícios nos quais somos useiros e viseiros..
Por que a sociedade age assim? Não sei mesmo.Posso levantar hipóteses .Os homens temem a verdade, seria a hipótese inicial. Tive meu tempo de crença em Nostradamus.Achava em suas profecias tantas coincidências que não poderiam deixar de ser verdadeiras.Depois me   veio a certeza que era mais um dos muitos engodos  nos  quais somos levados a acreditar.  As profecias nada mais são uma previsão do que poderá acontecer.,ou não.O condicional torna o real. impraticável .
Quando inventamos  um novo projeto de destruição da Terra ( e ele existe e é real) adiamos por algum tempo nossa própria destruição e  adiamos a realização do  nosso projeto de pessoal de  finitude.Em lugar de agirmos como homens,passamos a agir como deuses.Quem não gostaria de ser deus?
Em tempos bicudos nos quais os perigos reais são tantos apelar para o mito é uma forma de se assegurar que o que já é ruim poderia ser ainda pior..Por outro lado na duvidas que o poder dado pela profecia ultrapassa o tempo da vida,sendo mais uma das formas de se manter vivo através de um tipos específico de achismo .
Na verdade não se trata apenas de  fé .A fé ,como o amor são coisas sobre as quais a ciência pouco se preocupa.Muito da fé,é engano.muito do engano é fé.
 Segundo Carl Sagan :”A idéia  de que Deus é um gigante barbudo de pele branca sentado no céu é ridícula. Mas se, com esse conceito, você se referir a um conjunto de leis físicas que regem o Universo, então claramente existe um Deus. Só que Ele é emocionalmente frustrante: afinal, não faz muito sentido rezar para a lei da gravidade!"
Trata-se portanto de assunto complexo ,que pode levar tanto ao endeusamento da Natureza, quanto da  invenção  se novos deuses ou mitos.Enfim porquê preferimos à mentira à verdade fica uma questão a ser pensada.Como há coisas nas quais pensar.
Loraine Slomp Giron     Historiadora . http://historiadaqui.blogspot.com.br/
twitter loslomp




A magia do número 13

O ano de 2012  passou sob o signo do apocalipse maia. O seu norte e seu  rumo foram a espera do dia 21 de dezembro de 2012. Diga-se de passagem, uma bela data. O Ano Novo  começa com outro dos símbolos do mal: o número 13. A origem do azar contido (ou não) no número 13, nem o Google responde. Se ele não sabe, quem poderá saber?  Segundo uma das explicações, teria origem no Novo Testamento, na Última Ceia, quando  Jesus e os 13 apóstolos se reuniram pela última vez. De certo, nada!.
Por falar em maias, eles também usavam o número 13, não como fonte de azar, mas como símbolo dos  fluxos de energia criativa, Simplificando, 13 para eles era o número de Deus. Mas há outros sentidos. No Tarô, ele  representa o arcano da morte.
Sobre o tema há inúmeras crenças (ou superstições). Em muitos prédios não existe o andar13, passa-se diretamente do andar  12 ao 14. Em  alguns hotéis, não existe o quarto com o número fatídico. O circo da Fórmula 1não admite carros com tal número. Sem esquecer que 13 é o número do PT, considerado por muitos como o Partido do Anticristo.
Foi uma grande surpresa para mim saber que determinado pastor estava pregando contra  a Dilma e  Lula como representantes do demônio. Não só pela cor como pelo número. Eu pessoalmente não gosto do número 13, pois me lembra um boi sentado.Tenho antipatia por alguns números como o 9 e o 7, que me parecem cabeçudos. Assim loucamente eu preferia tirar nota 8 do  que 9. Idiossincrasias! Emprestar sentido ao que só tem conteúdo é algo completamente sem sentido.
Para que gosta de atribuir sentido ao conteúdo o número 13 representaria um recomeço, e seria o símbolo do determinado e do particular, sendo assim certo que acabe. Para completar, o número13 está associado  ao mito de Sísifo. Esse personagem simboliza os pobres trabalhadores (nós todos), obrigados a repetir ad nauseam tarefas inúteis e intermináveis. Foi por seu desprezo pelos deuses e sua paixão pela vida que Sísifo foi condenado a carregar morro abaixo a morro acima  um imenso  rochedo que logo que chegava ao topo voltava a cair. Ninguém mais cruel que os deuses para castigar. E eles entenderam que não haveria pior castigo que o trabalho inútil e sem sentido.
 Sísifo, esse proletário dos deuses, era ao mesmo tempo impotente e revoltado. Ciente de sua pobre condição, tinha uma sabedoria profunda. Pois sabia que não existe  nada que não possa ser superado pela razão.
Albert Camus entendeu como poucos o sentido do mito de Sìsifo :”A vida é uma luta destinada a realizar tarefas essencialmente sem sentido “. Ora, nãoparece necessário inventar coisa pior do que a vida. Para que, então, que inventar ainda os azares do  número 13?  
Loraine Slomp Giron  Historiadora
Twitter: @loslomp









ATÉ OS CISNES MORREM


Quando eu era pequena tinha medo-pânico de acordar mortinha no céu. Como o meu céu infantil era um misto de Catedral com o Clube Juvenil, eu queria morrer bem penteada, com uma bela camisola branca e lençóis brancos sem dobras, para chegar em grande estilo ao encontro dos anjos-de-luz. Todavia, o principal eram as tranças das quais não poderiam escapar nenhum fio. Meu sonho era acordar no salão de festas do Juvenil!
Na minha velha casa, de alto pé-direito, vagavam fantasmas ectoplásticos, com caras imensas e amarelas. Então era a hora dos gritos: tremia de medo e me escondia em baixo dos lençóis.
Na adolescência comecei a pensar mais na vida do que na morte. Então me serviam os poetas: Gonçalves Dias e sua Canção do Tamoio foi a fórmula que encontrei para ter coragem na solidão do internato. Como forma de encarar a vida em antítese a morte “A vida é luta renhida, viver é lutar, se o duro combate os fracos abate, os fortes, os bravos, só pode exaltar.” Passou a ser minha oração noturna e meu paraíso à selva.
Mas o tempo passou e eu cresci. Era o tempo de Huxley. Uma de suas obras mais intrigantes foi Até os cisnes morrem. O livro é uma fábula sobre um homem rico que queria viver para sempre. Mas, como viver cansa, com o tempo, até a morte se tornou leve. O título do livro foi baseado em verso do ambíguo Tennyson, que mesmo esquecido merece ser lido. Afinal, em tempos de tecnologia, a morte ainda é a questão. A doença faz pensar na finitude. Pensar é bom. Trabalhar eu garanto não é tudo. Deve-se pensar se está na hora de começar a cantar como o cisne agonizante de Tennyson.
Se na vida se amealham saberes, na morte deve sobrar apenas algo de sabedoria de se desprender dos bens e dos poderes do mundo. Saber morrer é mais sério do que saber viver. Dai existem exemplos, sejam o de Gandhi, o de Buda, o de Cristo, enfim, mal comparando o de Guevara fazendo a sua Revolução.
Há ainda a escolha do mesmo Huxley, um pouco mais radical do que a de Guevara: a eutanásia. Não pretendo causar polêmicas. Mas refletir sobre as opções existentes em relação a um passo pelo qual cada um passará de forma isolada. Pois não há como fugir: trata-se de uma escolha, entre o quê e como cantar, afinal, até o cisne morrerá, com certeza.
Loraine Slomp Giron – Historiadora
Twitter: loslomp; Blog: historiadaqui.blogspot.com