quinta-feira, 3 de janeiro de 2013



A magia do número 13

O ano de 2012  passou sob o signo do apocalipse maia. O seu norte e seu  rumo foram a espera do dia 21 de dezembro de 2012. Diga-se de passagem, uma bela data. O Ano Novo  começa com outro dos símbolos do mal: o número 13. A origem do azar contido (ou não) no número 13, nem o Google responde. Se ele não sabe, quem poderá saber?  Segundo uma das explicações, teria origem no Novo Testamento, na Última Ceia, quando  Jesus e os 13 apóstolos se reuniram pela última vez. De certo, nada!.
Por falar em maias, eles também usavam o número 13, não como fonte de azar, mas como símbolo dos  fluxos de energia criativa, Simplificando, 13 para eles era o número de Deus. Mas há outros sentidos. No Tarô, ele  representa o arcano da morte.
Sobre o tema há inúmeras crenças (ou superstições). Em muitos prédios não existe o andar13, passa-se diretamente do andar  12 ao 14. Em  alguns hotéis, não existe o quarto com o número fatídico. O circo da Fórmula 1não admite carros com tal número. Sem esquecer que 13 é o número do PT, considerado por muitos como o Partido do Anticristo.
Foi uma grande surpresa para mim saber que determinado pastor estava pregando contra  a Dilma e  Lula como representantes do demônio. Não só pela cor como pelo número. Eu pessoalmente não gosto do número 13, pois me lembra um boi sentado.Tenho antipatia por alguns números como o 9 e o 7, que me parecem cabeçudos. Assim loucamente eu preferia tirar nota 8 do  que 9. Idiossincrasias! Emprestar sentido ao que só tem conteúdo é algo completamente sem sentido.
Para que gosta de atribuir sentido ao conteúdo o número 13 representaria um recomeço, e seria o símbolo do determinado e do particular, sendo assim certo que acabe. Para completar, o número13 está associado  ao mito de Sísifo. Esse personagem simboliza os pobres trabalhadores (nós todos), obrigados a repetir ad nauseam tarefas inúteis e intermináveis. Foi por seu desprezo pelos deuses e sua paixão pela vida que Sísifo foi condenado a carregar morro abaixo a morro acima  um imenso  rochedo que logo que chegava ao topo voltava a cair. Ninguém mais cruel que os deuses para castigar. E eles entenderam que não haveria pior castigo que o trabalho inútil e sem sentido.
 Sísifo, esse proletário dos deuses, era ao mesmo tempo impotente e revoltado. Ciente de sua pobre condição, tinha uma sabedoria profunda. Pois sabia que não existe  nada que não possa ser superado pela razão.
Albert Camus entendeu como poucos o sentido do mito de Sìsifo :”A vida é uma luta destinada a realizar tarefas essencialmente sem sentido “. Ora, nãoparece necessário inventar coisa pior do que a vida. Para que, então, que inventar ainda os azares do  número 13?  
Loraine Slomp Giron  Historiadora
Twitter: @loslomp








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