A magia do número 13
O ano de 2012 passou sob o signo do apocalipse maia. O seu
norte e seu rumo foram a espera do dia
21 de dezembro de 2012. Diga-se de passagem, uma bela data. O Ano Novo começa com outro dos símbolos do mal: o
número 13. A origem do azar contido (ou não) no número 13, nem o Google
responde. Se ele não sabe, quem poderá saber?
Segundo uma das explicações, teria origem
no Novo Testamento, na Última Ceia, quando
Jesus e os 13 apóstolos se reuniram pela última vez. De certo, nada!.
Por
falar em maias, eles também usavam o número 13, não como fonte de azar, mas
como símbolo dos fluxos de energia
criativa, Simplificando, 13 para eles era o número
de Deus. Mas há outros sentidos. No Tarô,
ele representa o arcano da morte.
Sobre o tema há
inúmeras crenças (ou superstições). Em
muitos prédios não existe o andar13, passa-se diretamente do andar 12 ao 14. Em
alguns hotéis, não existe o quarto com o número fatídico. O circo da Fórmula 1não admite carros com tal
número. Sem esquecer que 13 é o número do PT, considerado por muitos como o
Partido do Anticristo.
Foi uma grande surpresa
para mim saber que determinado pastor estava pregando contra a Dilma e
Lula como representantes do demônio. Não só pela cor como pelo número. Eu
pessoalmente não gosto do número 13, pois me lembra um boi sentado.Tenho
antipatia por alguns números como o 9 e o 7, que me parecem cabeçudos. Assim
loucamente eu preferia tirar nota 8 do
que 9. Idiossincrasias! Emprestar sentido ao que só tem conteúdo é algo
completamente sem sentido.
Para que gosta de
atribuir sentido ao conteúdo o número 13 representaria um recomeço, e seria o
símbolo do determinado e do particular, sendo assim certo que acabe. Para completar, o número13 está associado ao mito de Sísifo. Esse personagem simboliza os
pobres trabalhadores (nós todos), obrigados a repetir ad nauseam tarefas inúteis e intermináveis. Foi por seu desprezo
pelos deuses e sua paixão pela vida que Sísifo foi condenado a carregar morro
abaixo a morro acima um imenso rochedo que logo que chegava ao topo voltava
a cair. Ninguém mais cruel que os deuses para castigar. E eles entenderam que não haveria pior castigo que o trabalho
inútil e sem sentido.
Sísifo, esse proletário dos deuses, era ao mesmo tempo
impotente e revoltado. Ciente de sua pobre condição, tinha uma sabedoria
profunda. Pois sabia que não existe nada
que não possa ser superado pela razão.
Albert Camus entendeu como poucos o sentido do mito de Sìsifo
:”A vida é uma luta destinada a realizar tarefas essencialmente sem sentido “. Ora,
nãoparece necessário inventar coisa pior do que a vida. Para que, então, que
inventar ainda os azares do número 13?
Loraine Slomp
Giron Historiadora
Twitter: @loslomp
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